Coruja Neto
(Antônio Álvares
Pereira)
Bento Manoel Ribeiro
É geralmente sabido que Bento
Manoel Ribeiro, um dos chefes revolucionários de 35, passou-se logo para os
legais, voltando, pouco depois, às fileiras republicanas, para mais tarde,
tornar a incorporar-se no exército monárquico. Como é natural, o seu primeiro
bandeamento provocou indignação entre os republicanos que sentenciaram:
Pode um altivo humilhar-se,
pode um teimoso ceder,
pode um pobre enriquecer,
pode um pagão batizar,
pode um avaro prestar-se,
um lascivo confessar-se,
pode um mouro ser cristão,
um arrependido salvar-se.
Tudo pode ter perdão,
só o Bento Manoel - não!
Correio do Povo, 16/10/1910.
Honra farroupilha
De uma feita, durante a memorável
jornada de 35, uma escolta republicana aprisionou diversos imperiais, em Dores
de Camaquã. Iam ser fuzilados, quando os incumbidos do cortejo descobrem que um
dos prisioneiros trazia uma guaiaca cheia de onças de ouro, sendo logo
prevenido o chefe da escolta, Amaral Ferrador. Incontinenti, deu Amaral esta
contra-ordem: “Soltem-nos; não quero que se diga que os republicanos os mataram
para roubar.”
E assim eram
todos os heróis que escreveram a gloriosa epopeia dos farrapos.
Correio do Povo,
16/10/1910
Abolicionista
Antônio José Gonçalves Chaves, rico
charqueador de Pelotas, homem muito instruído e empreendedor, foi o primeiro
abolicionista que houve no Rio Grande do Sul. E o Noticiador, que se publicou
de 1832 a
1835, foi o primeiro jornal rio-grandense que se declarou abolicionista. Em
1844, por ocasião da Assembleia Constituinte da República Rio-Grandense, o
major José Maria de Mattos propôs que fosse abolida a escravatura.
Correio do Povo,
5/10/1910
Primeira sociedade científica
Sob a presidência do Dr. Manoel José
de Campos, barão do Guaíba, instalou, a 8 de setembro de 1850, nesta capital, a
Associação Médico Farmacêutica, que foi a primeira sociedade científica criada
no Estado. Seguiram-se-lhe: o Instituto Histórico e Geográfico Rio-Grandense,
instalado a 7 de setembro de 1853, por iniciativa do Dr. Manoel Pereira
Ubatuba; e a 16 de fevereiro de 1860 o Instituto Histórico da Província de São
Pedro, do qual foi primeiro presidente o então barão de Porto Alegre.
Correio do Povo,
25/9/1910
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