(o poeta da morte, o
poeta da dor)
Manoel Antônio Álvares de
Azevedo, nasceu em São Paulo ,
a 12 de setembro de 1831, foi um dos mais importante poetas do romantismo
brasileiro. Em 1851, morre João Batista da Silva Pereira Júnior, quintanista de
direito. Álvares proferiu um discurso em seu enterro. Mais tarde, escreveu na
parede de seu quarto o nome desse amigo e o ano de sua morte (1851), e o nome
de outro amigo que morrera no ano anterior Feliciano Coelho Duarte (1850),
deixando em aberto o ano de 1852, como pressentindo sua morte, em 26 de abril
de 1852.
Um dos mais conhecidos poemas de
Álvares de Azevedo, escrito trinta dias antes de sua morte, tendo sido lido no
dia de seu enterro por Joaquim Manuel de Macedo. Observe que os verbos estão no
futuro do pretérito, ou seja, Álvares de Azevedo supunha uma eventual morte
muito mais do que a pressentia.
Se eu morresse
amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao
menos
Fechar meus olhos minha triste
irmã;
Mina mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu
futuro!
Que aurora de porvir e que
manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce
n‘alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no
peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido
afã...
A dor no peito emudecera ao
menos
Se eu morresse amanhã!
§ § §
A causa-mortis: uma enterite com
perfuração do intestino...A enfermidade
durou mais de quinze dias empregou-se para combatê-la o tratamento alopático. É
o que se lê na Guia de sepulte-se, assinada pelo Dr. César Persini. Era
romântico morrer tuberculoso. Mas neste particular Álvares de Azevedo, não foi
romântico, falecendo aos quase vinte e um anos de idade.
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