segunda-feira, 5 de maio de 2014

Brincadeiras Cantadas I



Ciranda, Cirandinha

Cantiga generalizada no Estado do Rio Grande do Sul.

Formação: Roda simples, mãos dadas, crianças voltadas para o centro.

Desenvolvimento: A roda progride no sentido dos ponteiros do relógio. Quando solicitada, uma das crianças da roda entra para o centro e declama uma quadrinha.

Letra (generalizadas as três primeiras estrofes)

I

Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar.

II

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou,
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

                          III

Por isso, Dona Ciranda,
Entre dentro dessa roda.
Diga um verso bem bonito,
                              Diga adeus e vá-se embora.            
                                 
Quadrinhas de Ciranda

Quem quiser saber meu nome,
De uma volta no jardim,
Que o meu nome está escrito
Numa folha de jasmim.

Sozinha eu não fico,
Nem hei de ficar
Vou buscar a(o) Fulana(o)
Para ficar no meu lugar.

Com A, escrevo meu nome.
Com R, recordação.
Também escrevo teu nome
Dentro do meu coração.

Ó que coqueiros tão altos
Com fios de ouro na ponta!
Os olhos dessa morena
Já correm por minha conta.

O punhal e a saudade
Foram feitos para matar.
O punhal mata depressa
E a saudade, devagar.

Para as flores, o orvalho.
Para Deus, uma oração.
Para ti, meu amor,
Vai o meu coração.

Eu tenho um lencinho
Bordadinho em quatro pontas.
Te retira, guri bobo,
Que eu, de ti, não faço conta.
Eu estava na janela,
Comendo rapadura.
Passou o meu namorado
 Me chamou de caradura.

Alecrim de trinta folhas
Que, de trinta, não dá mais.
Já te quis, ainda te quero.
Cada vez te quero mais.

Saudade, luz pequeninha,
No meio da escuridão,
Porém quanto ilumina
As trevas do coração.

Eu estava na janela,
Tomando um pouco de água.
Meu namorado passou
E me chamou de caixa d’água.

Atirei um limão n’água
De tão verde foi ao fundo.
Se eu não me casar contigo,
Deus me tire desse mundo.

Fui na cozinha
Comer marmelada.
Mamãe me viu,
Me deu chinelada.

Eu plantei a sempre-viva,
Sempre-viva não nasceu.
Mas eu quero que sempre viva
Meu coração junto ao teu.

(Do livro “Brincadeiras Cantadas”
de Rose Marie Reis Garcia e Lílian Argentina Marques)



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