terça-feira, 6 de maio de 2014

POLITIQUÊS III

(Esquerda Teórica)

Vocabulário:

Coluna 1

Coluna 2

Coluna 3

Nível culto:

0. Conquista
1. Proposta
2. Aspiração



0. Proletária
1. Agrária
2. Operária


0. Socialista
1. Pluralista
2. Internacional
Nível sábio:

3. Transformação
4. Unidade
5. Base
6. Linha



3. Pragmática
4. Ideológica
5. Emergente
6. Histórica


3. Coletivista
4. Sindicalista
5. Bolchevista
6. Revisionista
Nível gênio:

7. Aliança
8. Diretriz
9. Utopia


7. Anárquico
8. Dissidente
9. Democrática


7. Maoísta
8. Trotskista
9. Albanesa

Louco: 

Qualquer das combinações possíveis, no singular ou no plural.
Palavras alternativas:
Coluna 1: Consciência, Tese, Plataforma.
Coluna 2: Estatal, Comunitária, Teórica.
Coluna 3: Engajada, Cubana, Marxista. 
           
 Indicações de Uso

Se eu fosse um ecologista convicto, estaria preocupadíssimo com o destino desta interessante categoria social; assim como os micos-leões-dourados, ela está em pleno e irreversível processo de extinção. É uma séria perda política, filosófica e sentimental.

Eu percebo isso no coração quando me flagro cantarolando ou assobiando a Internacional (quase sempre no chuveiro) e sinto no ato que se trata apenas da visita de um fantasma amigo de juventude, alguém que só insiste em permanecer vivo para salvar o nome do velho idealismo e da velha esperança.

O que fazer então com este lindo vocabulário tão dessacralizado nos dias de hoje? Defender uma tese de mestrado na UFRGS? Execrar o companheiro Gorbatchev? Escrever um poema épico a la Neruda em homenagem à Coluna Prestes? Encomendar uma missa para Che Guevara ou simplesmente compor um sambinha no velho estilo CPC (coisa pré-64, cambada ignorante!). Tentemos o samba...

Exemplo de Aplicação

Acabou-se a consciência
da unidade socialista.
A proposta operária
é agora pluralista.
Acabou-se a aspiração
anárquico-sindicalista.
Só restou a utopia
de um sonho revisionista.
Eu que sempre andei na linha
ideológica maoísta,
vou comprar um Lada zero
pra me sentir um bolchevista!
Pendurei dentro do armário,
minha foice e meu martelo.
Ai, meu Deus,
como era belo
o meu sonho proletário!

(Do livro “Manual do Cara-de-Pau” ou “É fácil falar difícil”,
de Carlos Queiroz Telles)

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