Resumo para professores de Literatura Brasileira
01. Época:
→ O simbolismo, em nossas
letras, manifestou-se na segunda metade do século XIX.
02. Datas que assinalam o início e o fim do
simbolismo:
→ 1893 - ano em que Cruz e Sousa publicou
as obras “Missal” (prosa) e “Broquéis” (poesia).
→ 1922 -
Semana de Arte Moderna
03. Momento histórico:
→ O Simbolismo reflete um momento histórico extremamente complexo que marcaria a
transição para o século XX e a definição de um novo mundo, o qual se
consolidaria a partir da segunda década deste século; basta lembrar que as
últimas manifestações simbolistas são contemporâneas da Segunda Guerra Mundial
e da Revolução Russa.
Tomava corpo, assim, o
fantasma da guerra. Sempre que se torna difícil analisar o mundo exterior e
entendê-lo racionalmente, o tendência natural é cair na sua negação,
voltando-se para uma realidade subjetiva; as tendências espiritualistas
renascem; o subconsciente e o inconsciente são valorizados, segundo a lição
freudiana.
04. Origem do Simbolismo:
→ O Simbolismo originou-se na França,
através da poesia de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine e Mallarmé.
05. Aspectos de oposição entre o Simbolismo e o
Parnasianismo (estilo literário que o antecedeu e ao mesmo tempo lhe foi
contemporâneo):
→ Ao contrário do Parnasianismo, que
propunha uma poesia afastada dos valores subjetivos e românticos, o Simbolismo
reinstaura a linguagem poética, fundada no “eu” e na percepção subjetiva da
realidade.
06. Relação entre a poesia Simbolista e outra
manifestação cultural contemporânea:
→ O Simbolismo desempenhou, na
poesia, um papel semelhante ao desempenhado pelo Impressionismo na pintura. Por
outro lado, a poesia simbolista teve pontos de convergência com as Filosofias
de Bergson, Hartmann e Schopenhauer.
07. Características da poesia Simbolista:
→ aprofundamento da introspecção;
→ exploração do subconsciente e do inconsciente;
→ fuga da matéria e a busca da região do espírito (fuga da realidade exterior);
→ temática intimista (volta-se para si mesmo);
→ linguagem figurada, musical, colorida e rica (supervaloriza a metáfora, a
imagem; a sonoridade, o ritmo, as vogais, as rimas; as cores, principalmente a branca;
emprega vocabulário nobre, incomum, brilhante);
→ O Símbolo: o simbolista, com
frequência, não conseguem (ou não pretende) descrever essas emoções ou estados
da alma. Usa, por isso, de meios indiretos, para sugerir ou representar tais
momentos. O meio mais usado é o símbolo para manifestar ou retratar o mundo
interior.
08, Principais poetas simbolistas brasileiros:
→ João
da Cruz e Sousa¸ Alphonsus de Guimaraens,
Mário Pederneiras, Emiliano Perneta e Alceu
Wamosy (simbolista gaúcho)
Cruz e Sousa
Nome:
→ João da Cruz e Sousa (1861 - 1898) = Cruz e Sousa
- nome literário: Cruz e Sousa
- nascimento: 1861,
Desterro (atual Florianópolis)
- morte: 1898,
Minas Gerais
- origem humilde: pais escravos (mãe alforriada)
- proteção dos senhores: sobrenome, educação
- participação na campanha abolicionista
- vida pontilhada de tragédia familiares
- epítetos: “Cisne Negro”, “Dante Negro”, “Poeta Negro”
Obras:
→ “Broquéis”, “Faróis”, “Últimos
Sonetos”, “Tropos e Fantasias” (parceria com Virgílio Várzea) - poemas em
verso.
- “Missal”, “Evocações” - poemas em prosa.
Características:
→ autor das primeiras obras
simbolistas brasileiras: “Missal” e “Broquéis” (1893 - introduzindo entre nós o
Simbolismo);
- com Virgílio Várzea e Nestor Vítor - grupo mais importante
do simbolismo brasileiro;
- “Antífona” - profissão de fé simbolista;
- herança parnasiana (soneto);
- fortes traços simbolistas: uso
de maiúsculas, criação de palavras novas, sinestesias, pontuação expressiva, elevado
grau de sonoridade nos poemas (assonância, aliterações, repetições);
- temática: contemplação mística, visão estetizante da
realidade, expressão de um grande pessimismo;
- elevado grau de misticismo;
- transfiguração da paisagem;
- paralelo entre a vida e a obra;
- principais poemas: “Antífona” - “Violões que Choram”
Alphonsus de Guimaraens
Nome:
→ Afonso Henriques da Costa Guimarães (1870 - 1921) Alphonsus
de Guimaraens
- nascimento: 1870,
Ouro Preto
- morte: 1921,
Mariana
- noivado com Constança, sua prima, filha de Bernardo
Guimarães
- pseudônimo: Alphonsus Guimaraens
- epíteto: “O Solitário de Mariana”
Obras:
→ “Setenário das Dores de Nossa
Senhora”, “Câmara Ardente”, “Dona Mística”, “Kyriale”, “Pastoral aos Crentes do
Amor e da Morte”, “A Escada de Jacó”, “Pulvis”, “Pauvre Lyre”.
Características:
→ religiosidade: título dos livros, ambientes e cenários,
pseudônimo latinizante;
- Amor e Morte: fusão de ambos, a
amada morta (paralelo com a biografia - Constança - noiva precocemente falecida
de tuberculose);
- traços formais: sonoridade, percepção sensorial da
realidade;
- principais poemas: “A Catedral”, “Ismália”, “As Mãos da
Morte”.
Mário Pederneira
Emiliano Perneta
Alceu Wamosy
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