Bandeira do Brasil no céu e num rio da Amazônia
Þ Assis Chateaubriand, o
legendário homem de imprensa, estava no Egito acompanhado por sua entourage
jornalística: redatores, repórteres, editores e fotógrafos. Na equipe, ainda
nem pai de Bruno Barreto e nem tão reluzente como hoje, Luís Carlos Barreto e
sua câmera Leica.
Na volta, Chateaubriand pediu a Luís
Carlos que lhe arrumasse a mala. O jovem fotógrafo perguntou ao chefe quais as
cuecas usadas para separá-las das limpas. Instrução do Grande Capitão:
- Cheira, meu filho.
Cheira.
Þ Raul Mascarenhas no
piano, Muchiba no baixo acústico, Bar do Country no Rio. Mascarenhas forcejava
para extrair do Essenfelder os acordes de Se todos fossem iguais a você
(Tom- Vinicius) e no meio da melodia, empacou. Conseguiu um desafino, um arpejo
tresloucado, mas insistiu até agrupar as notas de maneira pelo menos sofrível.
Nessa hora voltou-se para o Muchiba:
- Nasceu.
O baixista:
- É. Nasceu aleijado, mas
nasceu.
Þ Louis Battistone,
arquiteto, morador de Washington, tem ojeriza ao cigarro, charuto, cachimbo,
qualquer fumacê. Num ambiente fechado, sala de espera, uma senhora volta-se
para ele e consulta:
- O senhor se incomoda se
eu fumar?
Resposta e ataque de Louis:
- A senhora se incomoda se
eu peidar?
Þ Redação da revista
Manchete, nos tempos da rua Frei Caneca. José Carlos Oliveira multiplicava por
mil sua rala força de vontade para deixar de fumar, uma luta cotidiana sempre
perdida. Raimundo Magalhães Júnior aconselhou:
- Bala. Substitua essa
maldição por bala.
E Carlinhos municiou-se com balas às quais
chupava com unção e esperança. Nada, o cigarro vencia. Nos intervalos entre os
parágrafos de uma matéria, pensamento só acudia com os sinais de fumaça
mecânica. O Raimundo e mais um conselho antitabagista.
- Cachimbo. Cachimbo é
ótimo.
No fim de dois meses, horrorizado e
vencido, Carlinhos apurou que tinha três vícios: cigarro, bala e cachimbo.
Þ O poeta Olegário Mariano,
padrinho de batismo pela milésima vez, suportava a arenga latina do padre
quando, num dado momento, o pároco lhe perguntou: menino ou menina?
Olegário, apanhado de surpresa, não teve
outro recurso a não ser sungar a camisola do bebê que, naquelas alturas da
vida, era desprovido de sexo aparente. Afastou os panos que o separavam da
revelação e, apurados os fatos, declarou:
- Se não me falha a
memória, menina.
Þ Rádio, locutor anunciando
com aquela voz locutoral calcada na do Luís jatobá, ídolo de todos eles
(juntamente com Ramos Calhelha):
- Senhoras e senhores,
acabamos de ouvir Xavier Cugat interpretando Siboney, sob o alto patrocínio das Casas Pernambucana.
Um segundo depois, corrigiu:
- Sssss...
Marcos de Vaconcellos
Nenhum comentário:
Postar um comentário