O homem só e o rio
O rio... um navio que desliza... mansamente...
Na água turva e lisa como um espelho,
na manhã sem ventos, mas fria de inverno.
O homem só contempla, silencioso, sua vida.
Um barquinho a motor corta as águas.
Talvez, um pescador apressado na busca do seu rumo.
(O homem murmura... quem ama este rio? Quem me ama?)
O sol reflete pequenos pontos luminosos n'água.
Nuvens baixas, como flocos de algodão,
pairam no céu cinzento.
O homem só caminha pelas margens do cais.
Velhos marinheiros sonham com viagens que nunca farão.
O rio segue seu rumo, já não é o mesmo,
como homem, que olha, triste,
um água-pé que desce a correnteza...
O homem só caminha, cada vez mais só...
carregando o fardo de sua solidão...
O homem só caminha, cada vez mais só...
carregando o fardo de sua solidão...
Poema de Nilo da Silva Moraes
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