I
Honestidade Insincera
(Adaptação de uma
lenda chinesa)
No reinado de Ts’u havia um jovem
chamado Honesto. Seu pai roubou uma ovelha e ele foi avisar o juiz, que mandou
prender o culpado e resolveu puni-lo. O jovem Honesto pediu para arcar com a pena em lugar do pai.
E, no momento em que o castigo ia ser aplicado, dirigiu-se ao oficial:
– Quando meu pai roubou a ovelha e eu
dei parte, não agi com honestidade? Quando meu pai ia receber o castigo, não
estaria eu, como filho, honrando meu pai? Se forem punidos igualmente o honesto
e o filial, quem haverá de não ser punido em todo o reino?
Ao ouvir essas palavras, o juiz soltou rapaz. Quando
Confúcio ouviu a história, disse:
– Estranho! Um rapaz sujar o nome do
pai para criar uma reputação para a própria honestidade! Se isso fosse
honestidade, seria melhor ser desonesto.
II
Suspeita Injusta
(Adaptação de uma
lenda chinesa)
Um certo homem perdeu um machado.
Suspeitou imediatamente que o filho do vizinho o havia roubado. Assim que
avistou o menino, teve a impressão de estar vendo um sujeito que acabara de
roubar um machado; quando o ouviu falar, suas palavras soaram como as de alguém
que acabara de roubar um machado. Todas a suas atitudes e gestos eram os de
quem acabara de roubar um machado.
Mais tarde, quando estava cavando uma
vala, encontrou o machado perdido.
No dia seguinte, ao tornar a ver o
filho do vizinho, achou que suas atitudes e gestos não eram mais as de quem
acabara de roubar um machado. O menino não mudou, quem mudou foi o homem! E a
única razão para essa mudança morreu em sua suspeita.
(“O Livro das
Virtudes” – uma antologia de William J. Bennett)
Editora Nova
Fronteira
Nenhum comentário:
Postar um comentário