10 Obras-primas da Literatura Contemporânea
Por Sergius Gonzaga
01. Morte em Veneza (1914) –
Thomas Mann → Novela magnífica por sintetizar o drama histórico – a decadência
da velha elite burguesa europeia em véspera da Primeira Guerra – e o drama
individual – o professor Gustav Von Aschenbach, homem voltado para o espírito,
a filosofia e o ideal do sublime é atormentado pelo desejo ilícito. Toda a ação
transcorre em uma Veneza
degradada pela peste.
03. O oficial prussiano (1915) –
D. H. Laurence → Breve novela centrada na homossexualidade reprimida de um
oficial do exército prussiano, que desenvolve a paixão interdita por seu
ordenança e incapaz de assumi-la, tortura o jovem soldado. E esta paixão ilícita
jamais é referida explicitamente na obra, o que torna o texto um primor de
sugestão e ambiguidade.
04. O grande Gatsby (1925) –
Scott Fitzgerald → Tocante narrativa sobre o sonho desenfreado de um jovem
pobre que persegue o amor de uma moça burguesa, tornando-se milionário de modo
suspeito, mas sem entender as concepções de vida dos ricos e, por isso, sendo
destruído. Tudo sob o olhar de um narrador recém-chegado do Meio Oeste, que
também realiza sua aprendizagem de vida.
05. Contos (1927) – Ernest Hemingway
→ Relatos cujo eixo gira sobre a violência e a capacidade do homem em superar o
medo do mundo e da morte, escritos em linguagem despojada e elíptica. Essa
linguagem serviu de inspiração a centenas de ficcionistas no mundo inteiro.
Entre nós, Rubem Fonseca.
06. Chão em chamas (1953) – Juan
Rulfo → Formidável conjunto de contos, em que o escritor mexicano renova a
linguagem e a visão de mundo do velho realismo social (quase sempre rasteiro e
populista), produzindo pequenas obras-primas em série sobre um México rural,
miserável e sanguinolento.
07. El Aleph (1957) – Jorge Luis
Borges → Dezoito contos, em sua maioria obras-primas do gênero, com os temas
dominantes do universo de Borges: as fantasias metafísicas sobre o tempo e o
espaço, a discussão literária ou filosófica sob a forma de narrativas irônicas,
a ideia de que um único ato revela o destino do homem e a retomada do passado
sob o signo da violência.
09. O amor nos tempos do cólera
(1985) – Gabriel Garcia Márquez → O mais poético e original romance de amor
escrito nos últimos cem anos. Nele se cristalizam os motivos reiterados e o
estilo lírico e hiperbólico do autor colombiano. As cenas finais, o amor realizado
em meio a um rio de cadáveres, são extraordinárias.
10. O animal agonizante (2001) –
Philip Roth → Provavelmente o maior escritor americano, Roth investiga nesta
narrativa – pungente e brilhante – a velhice, a doença, a luta pelo sucesso e o
absurdo da condição humana. Como em outros relatos, as pulsões sexuais
tornam-se contraditórias arma de protesto contra a passagem dos anos e
alienação da vida cotidiana na América.
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