01. É tanto remédio falsificado que as farmácias
agora são todas de manipulação.
02. Deus é 10. O resto levou pau ou está dando
pra passar.
03. Bons tempos
aqueles em que levar uma facada era apenas emprestar dinheiro pra amigo duro.
04. Filas e mais filas de viciados na
boca-de-fumo. É o horário do pico.
05. Deputados defendendo o nepotismo: Farinha
pouca, meu irmão primeiro.
06. Pobre só envolve com lavagem de dinheiro
quando perde tudo nas enchentes.
07. A melhor maneira de roubar um banco ainda é
do lado de dentro do balcão.
08. Aquele político diz que não mete a mão. Mas é
um mentiroso de mãos cheias.
09. Militarismo é faca de dois gumes; vamos ver
se agora nós seguramos o cabo.
10. O SUS é um direito que não me assiste.
11. A justiça é cega. Mas lê em Braile.
12. Se formos falar da pobreza, o Brasil é um
prato cheio.
13. O nacionalismo é o último refúgio dos
canalhas. O entreguismo é o primeiro.
14. Desenhista que chamar ministro de ladrão terá
que se retratar.
15. Mais um empréstimo? O Brasil penhorado
agradece.
16. Uma boa solução para nossos políticos:
aguarrás.
17. Na boca do povo, em vez de comida, só vemos
boatos.
18. E o insignificante Michel Temer, quando morrer, vai pro aquém.
19. Infidelidade geral: nem mais os macrobióticos
são fiéis às raízes.
20. Quadrados, quando querem se soltar, tomam
laxante.
21. Hipocondria? É a doença de megalômanos.
22. Tenho minhas próprias opiniões – como dizia
outro.
23. Esses homens cheios de calos não vão muito
longe.
24. Deixaram o locutor, que perdeu a audiência,
falando sozinho.
25. O problema de meu telefone é que além de
falar demais, ele deu de falar mal de mim.
26. Surdo que nem porta e cego que nem janela
emparedada.
27. Antigamente, o aluno levava bomba nos
estudos. Hoje, leva bomba para a escola.
28. Fico feliz ao receber visitas. É quando posso
visitar as visitas na minha sala de visitas.
29. Deus fez o edifício. Aí veio o diabo e fez o
condomínio.
30. No Brasil, até criado-mudo fala pelos
cotovelos.
31. Galo não canta nas
noites das metrópoles. O que canta é pneu nas esquinas nos pegas das
madrugadas.
32. Lá na minha roça
mineira tinha uma linha de ferro inútil. Só servia à costureira para remendar
uns trens velhos.
33. Não me adianta nada puxar pela memória. Tenho
memória curta.
34. O preguiçoso monta na lentidão com esporas
sem rosetas, para não ir a lugar nenhum.
35. Carregado de reticências me chateio numa
imensidade de pontuação à espera do ponto final.
36. No calçadão, quem não tem cão fezes com gato.
37. No cemitério de carros roubados são de alma
depenada.
38. Tragédia: globalização condena milhares de
inocentes ao desemprego perpétuo.
39. Ler poemas em voz alta irrita os deuses
aposentados.
40. Há gente que vive de perfil.
41. A saudade nos inferniza no paraíso.
42. O próximo nos guia para longe de nós mesmos.
43. Só um morto sorri de tristeza.
44. Na justiça italiana, operação mãos limpas.
Por aqui ainda estão lavando as mãos.
45. Hoje em dia é assim: um olho na missa e outro
na coreografia do padre.
46. Estava tão na merda que nem mosca se
aproximava dele.
47. Pelos cálculos renais dos economistas do FMI,
o povo ainda vai urinar sangue.
48. Gênesis de Brasília: No início era a verba.
49. Acordo caracu: governo entra com a cara e o trabalhador com o resto.
50. Para evitar
filhos, Maria não ligou. Manoel pegou e cortou.
51. Do jeito que a coisa está, nem o dia de ação
vai ser de graça.
52. Pobre boxeur, acabou na lona porque não batia
bem.
53. Religiões? Deus me livre.
54. Músicos conformistas nunca botam a boca no
trombone.
55. É tanto idiota se separando por
incompatibilidade de gênios.
56. O basquete é incompatível com a mentira: ela
tem pernas curtas.
57. Com a avó na forca, aquele neto da milionária
está rindo à toa.
58. Vejam só os faquires em greve: todo mundo
comendo.
59. Quando os olhos se encontram, que terá sido
feito do nariz?
60. Às vésperas do fim do mundo, o genial Salim
lançará sua liquidação.
61. Morreu a generosa diabética. Acabou-se o que
era doce.
62. Pobre meteorologista, parou no tempo.
63. Cosme e Damião na favela, o que tem de bala
perdida.
64. Masoquista egoísta: “Desgraça pouca, meu
pirão primeiro.”
65. O poeta sobrevoa o abismo.
66. Viver de arte é uma graça terrível.
67. Nenhum cachorro morde em silêncio, se ele
morde com raiva.
68. No futebol, a cabeça é o terceiro pé.
69. Na casa do traficante, o leite das crianças
já vem em pó.
70. Dê tudo de si à empresa e espere a
retribuição. O que ela rejeitar é seu.
71. No liberalismo brasileiro, todo mundo quer
enrabar todo mundo. Mas não sexualmente.
72. O puxa-saquismo, ao atingir o estado de arte,
funciona até quando o chefe é eunuco.
73. Nas empresas, quem puxa o tapete dos
inferiores, geralmente é capacho dos superiores.
74. Ascensão sem injustiças nos quadros
funcionais? Só se for pelo elevador, meu senhor.
75. Quem reclama de
trabalhar sob os rigores do inverno ou os desconfortos do verão, não pode
esquecer de um detalhe: lá fora faz a mesma temperatura para os desempregados.
76. A cadeira
desocupada nas repartições, com o eterno casaco do funcionário público ausente
– esse sim é o legítimo cabide de emprego.
77. A exploração do homem pelo homem não tem
fronteira. As multinacionais são a prova.
78. O mercado
profissional anda tão competitivo, mas tão competitivo, que, pra permanecer no
páreo, só mesmo montado em alguém ou se deixar montar.
79. A hierarquia é jeitinho que o sistema
encontrou de empilhar pessoas iguais.
80. O nível dos
direitos trabalhista se elevou bastante nas últimas décadas. Pontapé na bunda
de funcionário, agora, somente com mocassim italiano.
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