Raimundo Correia
Vai-se a primeira pomba
despertada...
Vai-se outra mais…, mais
outra…, enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais
apenas
Raia sanguínea e fresca
madrugada...
E à tarde, quando a rígida
nortada
Sopra, aos pombais de novo
elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo
as penas,
Voltam todas em bandos e em
revoada...
Também dos corações onde
abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres
voam,
Como voam as pombas dos
pombais;
No azul da adolescência as
asas soltam,
Fogem… Mas aos pombais as
pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Raimundo
Correia (Raimundo da Mota de Azevedo Correia), magistrado, professor, diplomata
e poeta, nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio brasileiro São Luís,
ancorado na Baía de Mogúncia, MA, e faleceu em Paris, França, em 13 de setembro
de 1911.
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