Jayme Caetano Braun
1924 − 1999
E um dia, quando souberes
Que este gaúcho morreu,
Nalgum livro serás eu
E nesse novo viver
Eu somente quero ser
A mais apagada imagem
Deste Rio Grande selvagem
Que até morto hei de querer!”
“O Jayme se constitui no panorama da literatura gaúcha como um dos mais expressivos da temática nativa. Ele englobava os grandes problemas universais e não se restringia a assuntos galponeiros. O Jayme, embora se dissesse um nativista, era um grande versejador. É um dom divino colocar o tema da terra nos questionamentos universais.”
Paixão Côrtes, folclorista
Trechos de poemas de Jayme Caetano Braun
Quando piá, foi o prazer
Que nunca troquei por outro
Saltar no lombo dum potro
Quando a manada saía
Artes que a gente fazia,
Se acaso estava solito
E depois pregava o grito
Quando o bagual se perdia!
(trecho de Gineteando)
Bendita china gaúcha
Que és a rainha do pampa
E tens na divina estampa
Um quê de nobre e altivo.
És o perfume, és lenitivo
Que nos encanta e suaviza
E num minuto escraviza
O índio mais primitivo.
(trecho de China)
Meu patrício, aí foi o mate
Vá chupando, despacito
Que é triste matear solito
Quando a velhice nos bate.
Por isso, neste arremate,
Que chegou num arrepio,
Meu velho peito vazio
Que já teve tanta dona
Ressonga que nem cordeona
Nos bailes do rancherio.
(trecho de Mateando)
Mas que importa a diferença
Entre uma cruz falquejada
E a minha tumba marmorizada
De quem viveu na opulência?
Que importa a cruz da indigência
A quem não vive mais,
Se todos somos iguais
Depois que finda a existência?
Que importa a coroa fina
E a vela de esparmacete?
Se entre o varais do teu brete
Nada mais tem importância?
Um patrão, um peão de estância
Um doutor, uma donzela?
Tudo, tudo se nivela
Pela insignificância.
(trecho do poema Cemitério de Campanha)
Monumento Jayme
Caetano Braun
São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul − Está localizado no trevo da CESA, BR 285, onde foi construída uma Praça com traçado em J e B iniciais do seu nome.
Jayme Guilherme Caetano Braun: Timbaúva
(hoje Bossoroca), na época distrito de São Luiz Gonzaga, RS, 30 de janeiro
de 1924
− Porto Alegre,
RS, 8 de julho
de 1999)
foi um renomado payador
e poeta
do Rio Grande do Sul, prestigiado também na Argentina,
Uruguai,
Paraguai
e Bolívia.
Era conhecido como El Payador e por vezes utilizou os pseudônimos de Piraj, Martín
Fierro, Chimango e Andarengo.
Da morte de Jayme
Caetano Braun
“Quem partiu agora não foi um
homem, mas uma bandeira de cultura. Jayme foi um homem ímpar. Me sinto honrado
de ter sido contemporâneo dele. Estou sozinho. Como se tivesse perdido uma das
coisas mais importante da minha vida.”
Lúcio Yanel, músico
Sugestão para o Almanaque:
ResponderExcluirA Bahia Canta sua SANTA IRMÃO DULCE.
Boa ideia, vou pesquisar...
Excluir