A arte dos anos 90...
2000... 2010.. 2017...
Liane Blaun → Irrequieta
coreógrafa. Há anos desenvolve, com seu grupo de dança, um trabalho que extrai
movimentos do estático. Em seus espetáculos os bailarinos ficam horas parados
na mesma posição, apesar dos ovos vindos da plateia.
Teixeira Eiras → Cineasta de
vanguarda. Já realizou três longas metragens que para serem entendidos têm que
projetá-los de trás para frente, um em seguida do outro. Autor também de vários
curtas, uns com trinta centímetros, outros com quinze, dez... e por aí em
diante.
Holly Vett → Escritor de ficção. Descobriu
a maneira de só escrever best sellers, dando títulos como: “Best Sellers
Texas”, “Best Sellers Now” e, finalmente o mais moderno, “Best Sellers Sky”. Mesmo
assim é fracasso em
vendagem. Não paga nem o aluguel.
Seik Spir → Diretor e ator de
teatro dos mais modernos. Não deixa espaço para o tradicionalismo nas peças que
dirige, dispensando a utilização do palco, da iluminação, dos atores, do script
e inclusive do público. Aliás, ele nem sai de casa. Fica lá tomando umas
bramas, coçando o saco... e o teatro que se foda.
Tell Tilt → Artista
ultracontemporâneo. Utiliza em suas performances cinco terminais de computador
ligados a dois sintetizadores, acoplados a sete monitores de TV, nove
liquidificadores, duas britadeiras que desembocam num big dum autorama de oito
pistas. Apesar desse arsenal, seu trabalho continua inédito porque quando liga
isso tudo na tomada, sai de lado que sempre explode.
Jan Lip Hardy → Músico que
mistura Stock Hausen com Steinheger, Frank Zappa com Jararaca e Ratinho, Steve
Reich com Willian Reich, Chiclete com Banana, alhos com bugalhos... e outras
misturas não muito agradáveis de falarmos aqui.
Mag Magal → Poetisa pós-modernérima.
Descobriu a fórmula de fazer poesia sem o uso das palavras Nem uminha. Seus
livros “Nada de Nada” e “Oco”, têm grande penetração entre a modernidade
paulistana. A crítica a acusa de inconsistente, e outros afirmam que está com
tudo.
Gil Paleta → Pintor
transvanguardérrimo. Interessou-se pelas artes plásticas quando uma tia,
cansada de ver o sobrinho bundando o tempo todo, vivendo da mesada da família,
deu-lhe tintas, pincéis e disse: “Vê se faz alguma merda na vida”. Gil,
obediente, pegou o pincel e pintou uma merda qualquer. Daí tudo mudou. Hoje é
cotadíssimo no mercado de arte, pintando as mesmas merdas de sempre.
Leon Néon → Escultor. Ficou
impossibilitado de trabalhar há alguns anos quando, ao tentar fazer sua
primeira escultura em néon, deu muita asa à sua imaginação e acabou preso em
sua própria arte. Hoje perambula por aí acendendo e apagando pelos bares. É
conhecido como artista de uma obra só.
(Texto do “Chiclete
com Banana”, do Angeli, dezembro de 1986)
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