(1855-1908)
Arthur Azevedo,
poeta, escritor e dramaturgo,
nasceu no Maranhão e viveu no Rio de Janeiro.
nasceu no Maranhão e viveu no Rio de Janeiro.
Talvez sua mais deliciosa criação
em versos tenha sido este pequeno poema, onde reúne com intuição e talento a
rima e o teatro.
É um retrato tanto mais talentoso e exato, quanto breve. Uma
síntese alcançada, num só momento de intuição, de descrição cênica, ironia
crítica e fluidez rítmica. Deliciemos-nos então com as suas Impressões de Teatro.
Impressões de Theatro
Que dramalhão! Um intrigante
ousado,
Vendo chegar de longa ausência o
conde,
Diz-lhe que a pobre da condessa
esconde
No seio o fruto de um amor
culpado.
Naturalmente o conde fica irado
- O pai que é? Pergunta - Eu
lhe responde
Um jovem que entra. - Um
duelo! -
Sim! Quando? Onde? -
No encontro morre o amante
desgraçado.
Folga o intrigante... Porém surge
um mano
E, vendo morto o irmão, perde a
cabeça:
Crava um punhal no peito do tirano.
É preso o mano, mata-se a
condessa,
Endoidece o marido, e cai o pano,
Antes que outra catástrofe
aconteça.
“Quando eu morrer, não deixarei meu
pobre nome ligado a nenhum livro, ninguém citará um verso meu, uma frase que me
saísse do cérebro; mas com certeza hão de dizer: Ele amava o teatro, e
este epitáfio moral é bastante, creiam, para a minha bem-aventurança eterna.”
Arthur Azevedo - 1903
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