André Damasceno*, humorista
gaúcho, que faz stand-up em
Porto Alegre , contou no seu show como foi a sua participação
na Escolinha do Professor Raimundo, de Chico Anysio, na TV Globo, onde fazia o
Magro do Bonfa. Após as gravações, almoçavam juntos veteranos humoristas:
Brandão Filho (o primo pobre), Agildo Ribeiro, Costinha, Grande Otelo, Walter
D’Ávila, Lúcio Mauro e outros, eles realizavam um concurso de piadas a 50 reais
por cabeça. Quem ganhasse levava o bolo. No primeiro concurso ganhou Agildo com
o seguinte caso:
Bebendo no avião
Numa viagem longa, um passageiro, por
medo de voar, pediu à aeromoça uma dose de uísque. Ainda se sentido temeroso,
pediu a segunda, a terceira, a quarta...
A aeromoça o advertiu que numa altura
de voo cruzeiro, os efeitos do álcool eram devastadores. Aconselhou-o a comer
alguma coisa para diminuir os efeitos de bebida. O cara não quis nem conversa e
insistiu no seu pedido. A moça continuou na sua advertência. Precisa comer
alguma coisa!
O passageiro, só pra sacanear, disse
a aeromoça: “Quero comer o rabo de um comissário de bordo. A moça saiu puta da
cara e voltou com cara de 1,90
m de altura, forte pra caramba. Este pegou o passageiro
inconveniente pelo braço, levando-o para o fundo da aeronave. Lá baixou as
calças, empinou bem a bunda e disse ao bêbado:
- Eu não sou veado! Isso é
apenas mais uma cortesia da VARIG!
Bichinha no navio
Costinha, em outra oportunidade,
ganhou com um tema que ele dominava muito bem: piadas de bichinha.
Uma bichinha estava num navio,
encostada numa grande mala. Veio um graduado e o advertiu:
- Senhor, não pode
passageiro ficar com mala no convés.
A bichinha, cantando: “Não pode ter mala no convés, não pode ter
mala no convés...”
O cara do navio:
- Senhor, é proibido mala
em área perigosa:
A bichinha, cantando: “É proibido mala em área perigosa, é proibido
mala em área perigosa...”
O marinheiro, já espumando de raiva:
- Se o senhor não recolher
sua mala ao seu quarto, vou jogá-la no mar!
A bichinha cantando e saltitante: “Ele vai jogar a mala no mar, ele vai jogar a
mala no mar...”
Depois dessa, o cara do navio pegou a
mala e jogou com toda força no mar.
A bichinha, faceira e feliz, cantado
mais alto ainda: “A mala não é minha, a
mala não é minha...”
O ceguinho
O comediante
Lúcio Mauro contou a seguinte piada e ganhou um dos concursos.
Um sujeito estava num puteiro da
Lapa, quando a Lapa tinha vários prostíbulos. Foi num mictório, percebeu que,
ao lado dele, estava um cego, bem dotado, fazendo calmamente o xixi. Viu a “ferramenta”
do cego e disse a ele:
- Cara, com esse seu instrumento,
você se daria muito bem em
Copacabana. Vai lá e, na praia, vai de calção justo e deixa a
mulherada notar.
No outro dia, o cego veio do subúrbio
da Central, dirigindo-se a um ponto de ônibus. Perguntou ao motorista se ele
passaria em Copacabana.
O chofer disse que o avisaria quando chegasse lá. Muitas
paradas depois, o ônibus estava chegando ao Leblon, quando o motorista se
lembrou do cego e o mandou descer assim mesmo. O ceguinho foi para a praia,
tirou a roupa e ficou só de calção curtinho, com aquele volume à mostra. Não
deu outra, uma senhora puxou papo com ele e o convidou a ir até o seu
apartamento. Lá chegando, o cego deitou e rolou com a madame.
Uma hora depois, o cego, relaxado,
fumando calmamente um cigarrinho, quando a senhora ouviu passos no corredor.
Gritou para o cego:
- Te
veste rápido que é o meu marido!
O marido
chega, e vê aquele senhor de bengala e óculos escuros, sentado no sofá da sala.
- Quem
é esse sujeito, mulher?
- Ah, é um pobre cego
perdido que encontrei na rua. Convidei-o para tomar um chá para se acalmar.
O marido, já
mais tranqüilo, pede à mulher:
-
Aproveita e faz um pra mim também.
A mulher sai
e o marido ao pé do ouvido do cego:
-
Ceguinho filho da puta! Eu te avisei pra ir a Copacabana!
O concurso de mímicas
André Damasceno, que fazia o Magro do
Bonfa no programa, estudou livros e livros de humorismo para achar uma piada
inédita, a fim de ganhar a grana do concurso. Um dia, após o almoço, ele contou
uma piada adaptada do Magro do Bonfa*.
Houve um concurso internacional de
mímica. O Magro do Bonfa, que fazia há dez anos cursinho para passar no
vestibular, resolveu concorrer. Não se sabe como, mas ele foi, aos poucos,
eliminando candidatos de vários países. Na grande final, ficaram ele e um
alemão, filósofo e cientista, para o grande desafio que apontaria o campeão.
Frente a frente, o alemão e o Magro
do Bonfa. O alemão mostra um pão. O magro mostra uma maçã. O alemão mostra o
dedo indicador em riste; o magro mostra dois dedos. O alemão mostra três dedos.
O magro mostra os três dedos fazendo um círculo. O alemão desiste e cumprimenta
o Magro do Bonfa, como vencedor.
Toda a imprensa mundial vai
entrevistá-lo. O alemão esclarece:
- Realmente, o brasileiro é
muito sábio e inteligente. Mostrei a ele um pão como alimento básico de toda a
humanidade; ele me mostrou uma maçã, indicando que havia outros alimentos
importantes. Mostrei a ele o dedo indicador em riste, dizendo que só há um
Deus. Ele me indicou, com dois dedos, que havia Pai e Filho. Então, mostrei a
ele três dedos, indicando que havia Pai, Filho e Espírito Santo. Ele, ao me
mostrar três dedos, fazendo um círculo, mostrou-me que havia três Deuses num
só.
Toda a imprensa vai entrevistar o
Magro do Bonfa, que esclarece:
- Não entendi porra nenhuma
de como ganhei o concurso. Quando o alemão fez-me entender que me jogaria um
pão, eu retruquei que jogaria nele uma maçã. Quando ele fez menção de me enfiar
um dedo no meu cu, eu mostrei que lhe enfiaria dois dedos. Quando, invocado,
fez-me entender que enfiar três dedos, eu, já puto da cara, disse, por mímica,
que lhe enfiaria três dedos e faria uma volta no cu dele...
*André Damasceno fazia o presidente Lula no Zorra Total da Rede Globo.
*Magro do Bomfim, bairro onde há muitos judeus em Porto Alegre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário