(Wislawa Azymborska)*
Traduzido por Nelson Ascher a partir da versão inglesa
de Adam Czerniawski e da norte-americana de Magnus J. Krynski
e Robert A. Maguire.
de Adam Czerniawski e da norte-americana de Magnus J. Krynski
e Robert A. Maguire.
A bomba explodirá no bar às treze
e vinte.
Agora são apenas treze e
dezesseis.
Alguns terão ainda tempo para
entrar;
alguns, para sair.
O terrorista já está do outro
lado da rua.
A distância o protege de qualquer
perigo.
E, bom, é como assistir a um
filme.
Uma mulher de casaco amarelo, ela
entra.
Um homem de óculos escuros, ele
sai.
Jovens de jeans, eles conversam
Treze e dezessete e quatro
segundos.
Aquele mais baixo, ele se salvou,
sai de lambreta.
E aquele mais alto, ele entra.
Treze e dezessete e quarenta
segundos.
A moça ali, ela tem uma fita
verde no cabelo.
Mas o ônibus a encobre de
repente.
Treze e dezoito.
A moça sumiu.
Era tola o bastante para entrar,
ou não?
Saberemos quando retirarem os
corpos.
Treze e dezenove.
Ninguém mais parece entrar.
Um careca obeso, no entanto, está
saindo.
Procura algo nos bolsos e
às treze e dezenove e cinquenta
segundos
ele volta para pegar suas
malditas luvas.
São treze e vinte.
O tempo, como se arrasta.
É agora.
Ainda não.
Sim, agora.
A bomba,
ela explode.
Nenhum comentário:
Postar um comentário