No
programa Samba na Gamboa, Luiz Melodia contou ao apresentador, Diogo Nogueira,
que um dia levou o poeta Waly Salomão a uma roda samba no Morro de São Carlos,
no Estácio. Lá, Waly conheceu um gay muito simpático chamado Adilson de apelido
Pérola Negra. O poeta sugeriu a Luiz Melodia que fizesse uma música em sua
homenagem, Luiz já uma tinha uma letra feita em outro contexto artístico.
Resolveu, então, colocar apenas o nome do personagem na música sem nada a ver
com o conteúdo do poema musicado.
É
assim que começa Pérola Negra, espantosa canção de amor, no dizer de Tárik de
Souza, canção que confessa a incerteza e o dilema deste sentimento. Quando
Torquato Neto e Waly Salomão ouviram Luiz Melodia cantar estes versos, foram
logo mostrar a canção para Gal Costa, que a gravou em seguida
Pérola Negra
Tente
passar pelo que estou passando.
Tente apagar este teu novo engano.
Tente me amar, pois estou te amando.
Baby, te amo, nem sei se te amo.
Tente
usar a roupa que estou usando.
Tente esquecer em que ano estamos.
Arranje algum sangue, escreva num pano:
“Pérola negra, te amo, te amo”.
Rasgue
a camisa, enxugue meu pranto,
Como prova de amor mostre teu novo canto.
Escreva num quadro em palavras gigantes:
“Pérola Negra, te amo, te amo”.
Tente
entender tudo mais sobre o sexo.
Peça meu livro querendo eu te empresto.
Se inteire da coisa sem haver engano,
Baby, te amo, nem sei se te amo.
Baby,
te amo, nem sei se te amo.
Baby, te amo, nem sei se te amo.
* Filho
do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico,
cresceu no morro de São Carlos no bairro do Estácio. Foi casado com a
cantora, compositora e produtora Jane Reis de 1977 até sua morte, e era pai do
rapper Mahal Reis (1980). Em Lançou seu primeiro LP em 1973, Pérola Negra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário