sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Lan, um caricaturista Ítalo-Brasileiro

 

Lan em foto de O Globo

Morreu na manhã desta quinta-feira, 5 de novembro de 2020, aos 95 anos, o chargista do Globo Lanfranco Aldo Riccardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini, mais conhecido como Lan, em decorrência de uma pneumonia. Ele estava internado havia dois meses. A informação foi confirmada por amigos da família.

Nascido em Arezzo, na Itália, em 1925, Lan trabalhou como jornalista gráfico na Argentina, França e Uruguai. Em 1952, foi convidado por Samuel Wainer a trabalhar no Última Hora. O caricaturista também passou pelo GLOBO e pelo Jornal do Brasil.

Lan por Lan

“Agora eu sei, que o embalo da vida, se chama saudade. É pedaço da gente, que ficou no passado. É tristeza bonita, pra enganar solidão”. O trecho da música de Elizeth Cardoso foi reproduzido por um dos maiores caricaturistas do país, o Lan.

Ele morava há 45 anos em Petrópolis com a mulher, a ex-passista do Salgueiro Olívia Marinho, uma das musas inspiradoras de seu trabalho. Lan é conhecido mundialmente pelos desenhos que retratam suas grandes paixões: as mulheres, o samba e o Flamengo. O artista será enterrado na tarde desta quinta (5.11.2020), no Cemitério de Itaipava, em Petrópolis. Ele não deixa filhos.

Conhecido internacionalmente por retratar as suas paixões nos desenhos (o Rio, as mulheres, a Portela e o Flamengo), Lan trabalhou por mais de 30 anos no Jornal do Brasil. Antes disso, atuou em jornais do Uruguai, da Argentina e Paris.

Nas caricaturas ele reproduzia suas maiores paixões como o samba e as mulheres (Foto: Arquivo Pessoal)

A trajetória do caricaturista

Apesar de ter nascido na Itália, foi no Rio de Janeiro que encontrou o lugar perfeito para viver as mais divertidas aventuras.

A primeira vez em que veio ao Brasil era criança e o pai havia sido contratado para trabalhar na orquestra Sinfônica de São Paulo. Quando chegou, viu a primeira mulher negra: a babá Zezé, motivo pela qual se encantou pelas mulatas.

Ao longo da vida, também morou em Montevidéu, no Uruguai, e em Buenos Aires, na Argentina. O trabalho como caricaturista começou quando foi contratado pela editora Haynes, na Argentina, comandada por Eva Péron, a Evita. Foi ela que o incentivou a desenhar mulheres.

De volta ao Brasil, trabalhou no jornal Última Hora, com Samuel Wainer e, em seguida, teve uma breve passagem pelo Jornal O Globo. Depois disso, se dedicou ao Jornal do Brasil.

O samba foi um dos temas explorados pelo cartunista Lan durante sua carreira − Foto: Livro 'As Escolas de Lan' / Reprodução.

A dança, o suíngue e as curvas femininas fazem parte da obra do cartunista Lan − Foto: Livro 'As Escolas de Lan' / Reprodução.

“Tenho saudade de Montevidéu, onde me criei; de Buenos Aires, onde trabalhei; e da Itália onde nasci e também me exilei na época da ditadura militar. Nesse período, ainda cheguei a ficar um ano em Paris. E só depois retornei ao Brasil. Mas se tivesse que reviver tudo, reviveria com o maior prazer. Por mim, eu viveria mais 94 anos”, disse o caricaturista.

(Do blog Região Serrana)

Lan pelos amigos caricaturistas


Lan por Aroeira

Lan por Baptistão

Lan por Amarildo


Lan por Glen Batoca


Lan por Ulisses


Um comentário:

  1. Quando morre um "ser" dessa grandeza, morremos um pouco também.

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