sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Origem da palavra boicotar

 

Este termo, que com tanta frequência se escuta numa época tão cheia de conflitos sociais e econômicos, tem sua história. 

O capitão Boycott, rico latifundiário inglês que vivia em 1880 em Lough Mark (condado de Connaught), era ao mesmo administrador das terras de Lord Erne, e nessa qualidade explorava cruelmente os colonos irlandeses aos quais arrendara os campos. O ódio nascido contra seus métodos de exploração produziu a explosão que era de se esperar − os colonos abandonaram suas residências e, da mesma forma os trabalhadores rurais negaram-se a trabalhar para Boycott. Este procurou, então, salvar a colheita com o concurso dos seus fâmulos*, atividade impossível, atendendo-se à magnitude do trabalho a realizar. Conseguiu, por fim, levar a cabo os trabalhos com o auxílio das forças militares. Feito isto, abandonou a região, pois sabia que sua vida corria perigo, ameaçado, como estava, pelos agricultores enfurecidos. Desde então os movimentos de rebeldia ou protesto social e econômico que se consegue pacificamente tomam o nome do avarento capitão Boycott. 

* Fâmulos: pessoas que prestam serviços domésticos; criado, empregado. 

(Do Almanaque do Correio da Manhã, de 1944)

Boicotar: recusar ou tentar impedir qualquer tipo de transação com (pessoas, indústria, estabelecimento comercial, país etc.), como punição ou represália por motivos econômicos, políticos, ideológicos etc.


Charles Cunningham Boycott (Norfolk, 12 de março de 1832 − Suffolk, 19 de junho de 1897) foi um militar britânico e um Agente de Terras. 

Seu ostracismo pela comunidade da Irlanda em 1880, parte de uma campanha pelos direitos dos trabalhadores, deu à língua inglesa o verbo “boycott”, que significa colocar em ostracismo.

 

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