quinta-feira, 16 de março de 2023

Brigando na Lua

 Composição de Mário Augusto Aydar

Existem fatos que acontecem por aí
E a gente até nem desconfia,
Coisinhas da teosofia,
Estava eu andando numa rua deserta
Sem população,
Tipo das de televisão.

De repente, no céu veio um fulgor clarante,
A resplandecer,
Foi quando comecei a crer,
Que estava sonhando,
Tudo era um pesadelo,
Nada estava se passando.

Então na minha frente apareceu
Uma coisa verde um tanto louca,
Tinha três olhos, duas bocas.
Disse assim para mim:
Entrar na sua nave intergaláctica,
Fazer uma turnê lunática.

Me convenceu
Ao mostrar sua pistola de raio laser,
E apontando pro meu blazer,
Reforçou o convite,
Me mostrando um cavaquinho
Com pedal phase,
Inovação de japonês.
 

E ao chegar na lua
Recebeu-me o presidente
E sua comitiva,
Falando sua língua nativa.

Não entendi nada,
Porque aqui na Terra não tem curso de lunês,
É só alemão, francês, inglês.

Tentei falar outros idiomas,
Sânscrito, esperanto, bizantino,
Latim, hebraico, nordestino,
Me senti acoxambrado
Apelei pra mímica,

que é o idioma dos calados. 

Fiz todos os sinais que aprendi
Na longa estrada da minha vida,
Lembrei da minha infância querida,
Mas depois de improvisar um positivo,
Aí que coisa ficou preta,
Até o rei fez uma careta.

É que na lua este sinal significa
Falta de hombridade, ih, barbaridade!
Fiquei apavorada
Ao ver naquelas verdes faces
O ar de inimizade.
Aí que eu lutei sem gravidade.

Pontapé, soco no olho, cascudão,
Tudo em câmera lenta,
Tem pouca gente que aguenta.
Saltei de banda, chamei um táxi
E com sorriso varonil,
Se eu quero ir pro meu Brasil.

Desci no Ipiranga, às margens plácidas,
E quanto ainda era dia,
Contei a história pra minha tia,
Que mais do que correndo
E me achando louca
Me mandou pra delegacia.
 

− Ô Denílson, qual poblema da moça, ô Denílson, olha só, mostra pra mocinha a sala de massagem... 

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P.S. Escute, na internet, essa música interpretada por Soraya Ravenle, com a participação de Marcos Sacramento.

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