domingo, 4 de outubro de 2020

Casas de Machado de Assis

 

Morro do Livramento, onde nasceu Machado de Assis,

O Morro do Livramento é um acidente geográfico da cidade do Rio de Janeiro. Localiza-se entre os Morros da Conceição e da Providência, área central da cidade, próximo à região portuária.

Da casa onde nasceu Machado de Assis, na Ladeira do Livramento 65, só restam ruínas do que poderia ter sido a residência, mas sem comprovação. 

Durante o ano de 1874, Machado de Assis com sua esposa Carolina moraram em um sobrado na Rua da Lapa cujo bairro tem o mesmo nome. Foi nesta casa que ele escreveu o livro “A Mão e a Luva”. Esta casa ficava próxima ao largo da Lapa, onde existiam bons hotéis e ficava próximo ao Passeio Público. Era um endereço nobre e de classe média. Esta casa-sobrado possuía dois apartamentos, um no pavimento térreo e outro no segundo piso. O escritor com sua esposa moraram no segundo andar.

Desde o final do século 20, o Bairro da Lapa se tornou uma área um pouco degradada e abandonada pela Prefeitura. Em 2018, podemos notar que estes antigos sobrados da segunda metade do século 19 estão em péssimo estado de conservação e degradados, assim esta rua.


Atualmente, a casa de 17 cômodos é habitada por diversas famílias. Os ocupantes não sabem quem é o proprietário do imóvel e a prefeitura ainda não conseguiu localizá-lo. 

                                           Cosme Velho

Desde 1883 Carolina e Machado de Assis moravam no Cosme Velho. A casa em que haviam habitado por vários anos, na Rua do catete, 206, fora pedida de volta pelo proprietário, e, na busca de nova, haviam acabado alugando a casa que a família S. Mamede − isto é, Miguel de Novais − possuía perto de seu grande solar, na Rua do Cosme Velho, chalé n° 18, do número 174. 

A casa, sem ser bonita, era agradável e simpática. Tinha jardins em toda a volta, um riachinho à frente, árvores, uma varanda simples. No andar de baixo duas salas, no de cima três quartos, um dos quais transformado em gabinete de trabalho, completavam a sua modéstia.

(Do livro “A vida de grandes brasileiros: Machado de Assis)


Rua do Cosme Velho, n° 18

A foto seria da mesma casa? 

Notem a janela do meio do andar de cima.

Casa onde Machado de Assis viveu com sua família de 1883 até falecer, em 1908. Essa residência estava localizada no início da Rua Cosme Velho. Ela foi demolida e nos anos 1980 foi construído um edifício de dez andares, dois pavimentos de garagem e algumas lojas no térreo. Uma dessas lojas é ocupada há anos pelo Bistrô Assis. Ao lado da porta desse bistrô foi colocada uma placa em homenagem ao escritor mais importante que o Brasil já viu.


Mas Machado de Assis teve ainda outros quatro endereços na cidade do Rio:

Rua São Luiz Gonzaga, número 48, em São Cristóvão, após a morte da mãe;

Rua Matacavalos (atual Rua Riachuelo), no Centro do Rio, que dividiu com o amigo Ramos Paz, entre os anos de 1860 e 1861;

Carolina e Machado casaram-se em 12 de novembro de 1869. Em 1871, o casal mudou-se para o segundo andar do imóvel situado na Rua Santa Luzia, número 54, e lá ficaram por três anos;

Entre 1874 e 1875, o escritor e sua mulher, Carolina, viveram por 11 meses no imóvel, da Rua da Lapa 242 (à época em que o escritor ocupou o imóvel, o número era 96), um casarão agora tombado pelo Patrimônio Histórico. Foi nesta casa que ele escreveu o livro “A Mão e a Luva”;

Em 1875, mudou-se para a Rua das Laranjeiras, número 4, no Largo do Machado, onde com Carolina permaneceu por três anos no imóvel;

Entre 1876 e 1882, o escritor Machado de Assis morou no número 206 da Rua do Catete, sendo a sua morada mais preservada (sua última residência, no Cosme Velho, já foi demolida).

No antigo número 206 da Rua do Catete, que ficava em frente à Rua Almirante Tamandaré, funcionou a “Sociedade Dançante e Recreativa Progresso do Catete”, de onde alguns integrantes fundaram, posteriormente, o Ameno Resedá. 

Das casas de Machado de Assis, a da Rua dos Andradas é hoje um estacionamento. Da original, restou a fachada. Na da Rua da Lapa, hoje o casarão é tombado pelo Patrimônio Histórico e o chalé do Cosme Velho, demolido, e o edifício construído no local, além de levar o nome do escritor, tem também uma placa em sua homenagem.

                                             Largo do Machado

“Muitos das novas gerações, à primeira vista, podem imaginar que o nome é uma homenagem à Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil, fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Outros podem imaginar que, além de uma homenagem, o nome poderia vir do fato do escritor ter morado lá. Hipóteses erradas! Machado de Assis teve seu mais conhecido endereço no Bairro do Cosme Velho, exatamente na Rua Cosme Velho, relativamente perto da Estação de Trem do Corcovado” relata o site de pesquisa Rio de Janeiro Aqui.

O Machado veio de outro lugar. No século XVIII, o local passou a ser chamado Campo ou Largo do Machado, em referência ao oleiro André Nogueira Machado, proprietário de terras no local. E a nomenclatura se fortificou depois:

“Um açougueiro de sobrenome Machado montou um estabelecimento no Largo. Isso se deu por volta deu por volta de 1810. Na fachada do açougue dele tinha um grande machado. Não sei se ele pensou nisso, mas acabou sendo uma boa jogada de marketing para época”, destaca o historiador Maurício Santos.

No entanto, o nome mudou outra vez. A partir de 1843, o Largo do Machado passou a se chamar Largo da Glória, devido ao início da construção da Igreja de Nossa Senhora da Glória, que viria a ser inaugurada em 1872 em frente ao Largo.

Contudo, nem só de mudanças de nomes viveu o Largo do Machado. Outras novidades, fundamentais para a história da cidade do Rio de Janeiro, passaram por lá. Em 1868, foi inaugurada (no Largo do Machado) a estação central da primeira linha de bondes do Rio, que ia do Largo até a Rua dos Latoeiros (atual Gonçalves Dias).

No ano 1869, o largo foi renomeado Praça Duque de Caxias, em homenagem ao famoso militar brasileiro. Em 1899, foi instalada, na praça, uma estátua em homenagem ao Duque. Quase um século depois, quando o calendário datava 1953, a estátua foi transferida para seu endereço atual, na Avenida Presidente Vargas.

“Nesse período o lugar voltou a se chamar Largo do Machado. Talvez todas essas mudanças confundam as pessoas, que muitas vezes acham que o nome Largo é uma homenagem ao escritor Machado de Assis”, diz Maurício Santos.

Como boa parte da cidade do Rio de Janeiro, o Largo do Machado também tem seus problemas, mas não perde o encanto: “Ás vezes a segurança deixa a desejar, alguns dias está meio sujo e uma restauração cairia muito bem. Apesar de tudo, passo aqui todos os dias e sempre admiro a beleza desse lugar” diz Mariana Rodrigues, que trabalha próximo ao histórico Largo.

(Do blog Diário do Rio.com)

P.S. No Largo do Machado há um bloco de carnaval chamado de “Largo do Machado, mas não largo da bebida”.


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