quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Payada ao Colorado

Jayme Caetano Braun 


Eu, colorado nascido
da própria essência do povo,
clube velho, sempre novo,
que, quando pensam vencido,
volta rejuvenescido
dentro de um halo de glória;
colorado, cuja História,
legendária e delirante,
tem sido sempre a constante
de grandeza e de vitória!

Eu contemplo emocionado
o velho Internacional,
qual um pássaro bagual
de topete colorado,
cujo glorioso passado
me provoca um arrepio
e vejo, num desafio
de desassombro e carinho,
sentado e fazendo o ninho
sob a barranca do rio!

Que Deus bendiga este pano
venerado em toda parte;
este glorioso estandarte
do velho pago pampiano,
que o povoeiro campechano,
do ministro ao engraxate,
do índio que toma mate,
do soldado à criança arteira,
fizeram como bandeira
de carinho e de combate!

Colorado que destila
emoções por onde passa;
quando essa bandeira esvoaça,
o teu povo se perfila;
parece, quando desfila
no gramado, uma centelha;
e a gente quase se ajoelha,
meu velho Internacional,
ante a atração sem igual
desta jaqueta vermelha!

Colorado é do operário,
do peão, da lavadeira,
do artista, da cozinheira,
do empregado e do patrão.
Colorado é coração
que bate no gabinete,
que bate no palacete,
na caserna e no galpão.


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