A poesia
concreta caracteriza-se pelo diálogo e antagonismo em relação aos recursos
poéticos tradicionais. Com se verá, a exploração de todas as potencialidades
das palavras e das combinações sintáticas é dominante. São utilizados novos
recursos, que abrem possibilidades múltiplas de significação e questionam a
leitura linear, de mão única. Cada poema é um enigma a ser decifrado – basta
uma aproximação sensível e uma boa vontade lúdica do leitor.
o v o
N o v e l o
novo
no velho
o
filho em folhos
na
jaula dos joelhos
infante em
fonte
f e t o f e i t o
d e n t r
o d o
centro
(Augusto de Campos)
beba
coca cola
babe cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
cloaca
(Décio Pignatari)
f o r m a
r e f o r m a
d i s f o r m a
t r a n s f o r m a
c o n f o r m a
i n f o r m a
f o r m a
(José Lino Grünewald)
V V V V V V V V V E
V V V V V V V V E L
V V V V V V V E L O
V V V V V V E L O C
V V V V V E L O C I
V V V V E L O C I D
V
V V E L O C I D A
V V E L O C I D A D
V E L O C I D A D E
(Ronaldo Azeredo)
poema
poema
poema
poema
poema
poema
pó
e
mó
(Edgard Braga)
vem navio
vai navio
vir navio
ver
navio
ver não ver
vir não
vir
vir não ver
ver não vir
ver navios
(Haroldo de Campos)
n e g o c i o
e g o
o c i o
c i o
O
(José Paulo Paes)
i n f i n i t o
n f i n i t o
f
i n i t o
i n i t o
n i t o
i t o
t o
o
o t
o t i
o t i n
o t i n i
o t i n i f
o
t i n i f n
o t i n i f n i
(Pedro Xisto)
vai
e vem
e
e
vem
e vai
(José Lino Grünewald)
Nenhum comentário:
Postar um comentário