Gravura de Vasco Machado
Três
coisas há neste mundo
Que me fazem muito mal:
Mulher velha, noite escura,
Cachorrada no quintal.
Na palha branca sovada,
Fumo verde não fumega;
Onde há moça bonita,
Meu coração não sossega...
Tiririca do banhado,
Quando chove, não se molha;
Onde há moça bonita,
Para as feias não se olha,
Tico-tico no terreiro,
Quando chove, não se molha:
Onde há moças solteiras,
Pras casadas não se olha.
O bíguá dentro da água
Passa o dia e não se molha;
Eu fico o mesmo que pedra,
Se mulher feia me olha.
Lá detrás daquele cerro
Vem vindo um bandão de moças;
Com licença das mais velhas
Abraçarei as mais moças.
Lá detrás daquele cerro,
Passa boi, passa boiada;
Também passa mulatinha
De cabelo cacheado.
Menina, case comigo,
Que bom marido lhe vai:
Fandangueiro, jogador,
Tomador, cada vez mais.
Aninhas, meu bem, Aninhas,
Com você não quero graça,
Eu já estou muito taludo
Pra, sem querer, sentar praça,
Comecei a amar de pé,
Ao depois foi agachado;
Quando fiquei de gatinhas,
Afinal fui apanhado.
Chinoca, chinoca arisca,
Quando eu chego, por que corres?
Se és bonita, por que foges?
Se não... que perigo corres?
Quando ela e eu corcoveamos
Na dança repenicada,
Não se pasme, minha gente,
Que eu não sou mole nem nada...
Que me fazem muito mal:
Mulher velha, noite escura,
Cachorrada no quintal.
Na palha branca sovada,
Fumo verde não fumega;
Onde há moça bonita,
Meu coração não sossega...
Tiririca do banhado,
Quando chove, não se molha;
Onde há moça bonita,
Para as feias não se olha,
Tico-tico no terreiro,
Quando chove, não se molha:
Onde há moças solteiras,
Pras casadas não se olha.
O bíguá dentro da água
Passa o dia e não se molha;
Eu fico o mesmo que pedra,
Se mulher feia me olha.
Lá detrás daquele cerro
Vem vindo um bandão de moças;
Com licença das mais velhas
Abraçarei as mais moças.
Lá detrás daquele cerro,
Passa boi, passa boiada;
Também passa mulatinha
De cabelo cacheado.
Menina, case comigo,
Que bom marido lhe vai:
Fandangueiro, jogador,
Tomador, cada vez mais.
Aninhas, meu bem, Aninhas,
Com você não quero graça,
Eu já estou muito taludo
Pra, sem querer, sentar praça,
Comecei a amar de pé,
Ao depois foi agachado;
Quando fiquei de gatinhas,
Afinal fui apanhado.
Chinoca, chinoca arisca,
Quando eu chego, por que corres?
Se és bonita, por que foges?
Se não... que perigo corres?
Quando ela e eu corcoveamos
Na dança repenicada,
Não se pasme, minha gente,
Que eu não sou mole nem nada...
(Augusto Meyer, em Cancioneiro gaúcho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário