A decepcionante surpresa
Debaixo de uma fantasia de Dominó
meio rasgado com capuz arreado, a vitima com “maquillage” berrante e já sem
peruca arrancada com violência, mostrava hematomas no rosto, nariz sangrando e
muitos lanhos pelas costas. A uma certa distância o moreno indiático da
campanha estava imobilizado por dois brigadianos retacos, melenudos e muito
ciosos do exercício efetivo da “otoridade”...
Forte, também, com pernas de domador,
o rapaz estava sendo alvo da ira dos circunstantes. No gosto de autoritarismo
extemporâneo, vários dedos-duros se erguiam junto à cara dele.
- Foi
esse aí que lastimou a pobre moça – dizia um mais saliente.
-
Moça... Pois sim!... Moça? – umas pivica!...
Assim contraponteava com indignação o
“jeguera” – agarrado pelos brigadianos sérios, muito quietos e prontos “prum
demais”... E contou a rápida história sob inusitada atenção de todos, enquanto
o médico prestava o primeiro socorro e divertindo-se com a cena, porque os
ferimentos eram leves, superficiais.
- Pois eu estava no meu
cantinho, dando uma “bombeadita no mas” na festa, quando apareceu isso aí com
máscara, e se requebrando todo na minha frente, passando a mão no meu queixo...
Me provocando... Me tentando... Como não sô de levá disaforo pra casa, no que
passo de novo perto de mim, já saímo abraçado. Pulemo um poco no cordão e de
vereda fumo ali pro escuro... Tirei a máscara, vi uma boca bem pintada e se
atraquemo de bejo...
Era bejo e mais bejo, daqueles de
gastá dentadura... Aí tentei manoteá-la ansim lá por baixo – voceis tão
intendendo, né?... – e foi aquela baita da surpresa. O Dominó era home, seu, e
inté qui bem servido! Aí me apareceu uma nuve no zóio, e não aguentei. Fui puxá
os cabelo e já me veio nas mão a peruca. Quadrei o corpo dispois de desaprisiá
a cinta e lasquei o laço cum vontade... Mas acho qui foi poco... Qui disaforo!
Onde já se viu uma cosa dessa?...
E muito ferido em seus brios de
machão:
- O qui é qui ele tá
pensando qui a gente é. Oh seu?...
O estrilo do velho chiru
Lá no início da década de 50, o velho
chiru do interior que tinha ultrapassado a barreira dos 80, foi encaminhado
para consulta com urologista da capital em razão de exacerbação de problemas
prostáticos evidentes.
E, depois, na roda de amigos e do
próprio clínico geral, manifestava o seu estrilo pitoresco. E estabeleceu-se o
diálogo:
- Fez o exame com o
especialista?
- Não mesmo. Não quis sabê,
pois o diabo do home é um tarado... quando eu pensava qui ele ia examiná o meu
pau, não é qui quiria enfia o dedo no meu rabo!
- Pois é assim mesmo!
- Mas não quis sabê de
conversa e me mandei!... Não tô aí pra isso... essa não! Ele devia sabê
respeita o traseiro do véio... o meu problema era otro!
(Do livro “O sexo com
humor na Medicina”,
do Dr. Caio Flávio Prates da Silveira)
do Dr. Caio Flávio Prates da Silveira)
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