terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Sexo com humor na Medicina

A decepcionante surpresa


Em pleno Carnaval naquela cidade do interior do Rio Grande do Sul, o médico foi chamado para atender gente ferida no baile de um clube suburbano. 

Debaixo de uma fantasia de Dominó meio rasgado com capuz arreado, a vitima com “maquillage” berrante e já sem peruca arrancada com violência, mostrava hematomas no rosto, nariz sangrando e muitos lanhos pelas costas. A uma certa distância o moreno indiático da campanha estava imobilizado por dois brigadianos retacos, melenudos e muito ciosos do exercício efetivo da “otoridade”...

Forte, também, com pernas de domador, o rapaz estava sendo alvo da ira dos circunstantes. No gosto de autoritarismo extemporâneo, vários dedos-duros se erguiam junto à cara dele.

- Foi esse aí que lastimou a pobre moça – dizia um mais saliente.

- Moça... Pois sim!... Moça? – umas pivica!...

Assim contraponteava com indignação o “jeguera” – agarrado pelos brigadianos sérios, muito quietos e prontos “prum demais”... E contou a rápida história sob inusitada atenção de todos, enquanto o médico prestava o primeiro socorro e divertindo-se com a cena, porque os ferimentos eram leves, superficiais.

- Pois eu estava no meu cantinho, dando uma “bombeadita no mas” na festa, quando apareceu isso aí com máscara, e se requebrando todo na minha frente, passando a mão no meu queixo... Me provocando... Me tentando... Como não sô de levá disaforo pra casa, no que passo de novo perto de mim, já saímo abraçado. Pulemo um poco no cordão e de vereda fumo ali pro escuro... Tirei a máscara, vi uma boca bem pintada e se atraquemo de bejo...

Era bejo e mais bejo, daqueles de gastá dentadura... Aí tentei manoteá-la ansim lá por baixo – voceis tão intendendo, né?... – e foi aquela baita da surpresa. O Dominó era home, seu, e inté qui bem servido! Aí me apareceu uma nuve no zóio, e não aguentei. Fui puxá os cabelo e já me veio nas mão a peruca. Quadrei o corpo dispois de desaprisiá a cinta e lasquei o laço cum vontade... Mas acho qui foi poco... Qui disaforo! Onde já se viu uma cosa dessa?...

E muito ferido em seus brios de machão:

- O qui é qui ele tá pensando qui a gente é. Oh seu?...

O estrilo do velho chiru


Lá no início da década de 50, o velho chiru do interior que tinha ultrapassado a barreira dos 80, foi encaminhado para consulta com urologista da capital em razão de exacerbação de problemas prostáticos evidentes.      

E, depois, na roda de amigos e do próprio clínico geral, manifestava o seu estrilo pitoresco. E estabeleceu-se o diálogo:

- Fez o exame com o especialista?

- Não mesmo. Não quis sabê, pois o diabo do home é um tarado... quando eu pensava qui ele ia examiná o meu pau, não é qui quiria enfia o dedo no meu rabo!

- Pois é assim mesmo!

- Mas não quis sabê de conversa e me mandei!... Não tô aí pra isso... essa não! Ele devia sabê respeita o traseiro do véio... o meu problema era otro!

(Do livro “O sexo com humor na Medicina”,
do Dr. Caio Flávio Prates da Silveira)

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