Epilepsia
Doença que causa convulsões e perda de consciência em intervalos irregulares. Dom Pedro I sofria deste mal desde criança. Seus ataques epiléticos causavam sustos e apreensão em todos que o cercavam. Em pouco tempo, o Brasil inteiro ficaria sabendo que o príncipe, depois imperador, padecia da enfermidade. Apesar da doença, D. Pedro nunca deixou de levar uma vida agitada e cheia de aventuras.
Tuberculose
Doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis; matou muita gente antes da descoberta de um antibiótico poderoso que pudesse combatê-la.
A
tuberculose consumiu D. Pedro I; quando ele morreu, em 24 de setembro de
Pobre D. Pedro, tão acabado aos 36 anos.
Coração
Ao
receber as cartas das Cortes Constituintes portuguesas, pouco antes de
proclamar a Independência, D. Pedro sentiu-se, segundo testemunhas, “aflito,
seu peito arfante num movimento apressado, e com a mão esquerda ele comprimiu o
coração que palpitava dolorosamente”. Esse mesmo coração parou de bater no dia
24 de setembro de 1834. Três dias depois, seu corpo foi enterrado na igreja de
São Vicente, em Lisboa (seria transferido para o Brasil em 1972). Mas o coração
foi posto numa urna e levado para a igreja da Lapa, na cidade portuguesa do
Porto, pois essa foi sua ordem antes de morrer. É lá que o órgão está até hoje,
conservado em uma solução mista de formol, e são necessárias cinco chaves para
permitir acesso ao recipiente de vidro onde repousa o outrora agitado coração
de D. Pedro. Um coração que bateu forte, motivado por muitas paixões, entre
elas, com certeza, a paixão pelo Brasil.
Urna com o coração de D. Pedro I
(Do livro “Dicionário da Independência – 200 anos em
200 verbetes, de Eduardo Bueno”
*****
Em 24 de setembro de 1834, D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal falecia, por volta das 2h30min da tarde, no palácio de Queluz. Desde então, difundiu-se uma suspeita de que seu médico particular, Dr. João Fernandes Tavares (1795-1874), o tivesse envenenado a pedido dos miguelistas, apesar de autópsia da vítima ter indicado falência de múltiplos órgãos e tuberculose. Nas palavras da Imperatriz D. Amélia, que assistiu a agonia de seu esposo, ela diz que “o pulmão direito [de D. Pedro] estava cheio de água, que continha mais de dois litros e o esquerdo não existia. O coração estava dilatado”. O ex-imperador, pressentindo a sua morte, chegou a enviar um comunicado aos deputados portugueses afirmando que seus dias estavam terminando. A guerra pela reconquista de Portugal das mãos do irmão, D. Miguel, acabou por cobrar demais do físico da vítima, já debilitado por algumas costelas quebradas em decorrência de uma queda de cavalo. Contudo, um documento inédito, publicado na edição desse mês pela Revista de História da Biblioteca Nacional, e assinado pelo Dr. Tavares do monarca, vem oferecer mais luz às causas da morte de Pedro e, consequentemente, livrar o médico da acusação de envenenamento.
O
resultado da autópsia do ex-imperador havia sido publicado avulso no ano da
morte do mesmo (1834). A partir daí, ele permanecera praticamente desconhecido
por parte dos pesquisadores, até que fora localizado em uma coleção particular
no Brasil, e seu proprietário aceitou
Revista de História da Biblioteca Nacional, n° 101 – Autópsia de D. Pedro I, por: Renato Drummond
Tapioca Neto
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