terça-feira, 26 de janeiro de 2021

O chamado da natureza

 

Diarreia 

Piriri, caganeira, desarranjo, disenteria... Chame como quiser, o fato é que D. Pedro estava se borrando nas calças quando, na ida para São Paulo, recebeu as cartas de Dª. Leopoldina e José Bonifácio dando conta das terríveis determinações que as Cortes Constituinte de Portugal queriam impor ao Brasil. 

Ninguém sabe o que havia causado a soltura, embora a principal suspeita fosse a comida muito temperada do jantar da noite anterior. O certo é que, ao longo daquela jornada rumo ao Grito do Ipiranga, o príncipe regente teve que se aliviar oito vezes durante o caminho. Reza a lenda que, ao parar em um rancho em Cubatão, uma jovem chamada Maria do Couto teria preparado um chá de folhas de goiabeira para aliviar a dor de barriga de D. Pedro. Foi só depois de sentir-se melhor graças à infusão que o futuro imperador conseguiu seguir viagem. Não há documentos confirmando a história do chá e da bela dama que o preparou. Mas a diarreia foi bem real.  

 

Quebrar o corpo 

Ao contrário do que possa parecer, a expressão não significa que alguém vá quebrar os ossos de outra pessoa. Muito usada na época de D. Pedro, indicava que alguém se encontrava na posição típica de quem está com uma tremenda dor de barriga: com o abdômen dobrado em direção às coxas. Pouco antes de proclamar a Independência, o futuro imperador do Brasil estava, segundo testemunhas, “quebrando o corpo para atender a mais um chamado da natureza”. Ou seja, estava fazendo cocô. 

(Do livro: “Dicionário da Independência – 200 anos em 200 verbetes”, de Eduardo Bueno)

O escritor Eduardo Bueno e seu livro


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