sexta-feira, 25 de abril de 2014

Notas biográficas de literatos



Þ O escritor Wolfgang Von Goethe escrevia em pé. Ele mantinha em sua casa uma escrivaninha alta.

Þ O escritor Pedro Nova parafusava os móveis de sua casa a fim de que ninguém o tirasse do lugar.

Þ Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer uma televisão.  Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.

 Þ Érico  Veríssimo  era  quase  tão  taciturno  quanto  o filho  Luís  Fernando,  também escritor.  Numa  viagem  de  trem  a  Cruz  Alta,  Érico  fez  uma  pergunta  que  o  filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

Þ Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances, desenhar e pintar, sobre  papelão,  as  personagens  principais  mantendo-as  em  sua  mesa  de trabalho, enquanto escrevia.

Þ Graciliano Ramos era ateu convicto,  mas  tinha  uma  Bíblia na cabeceira só para apreciar  os  ensinamentos  e os elementos de retórica. Por insistência da sogra, casou na igreja com Maria Augusta,  católica  fervorosa, mas exigiu que a cerimônia ficasse restrita  aos  pais  do  casal.  No segundo casamento, com Heloísa, evitou transtornos: casou logo no religioso.

 Þ Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, em  Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português. Imitava  com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho.  Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel e tecidos. "Se não fizer isso, saio  matando  gente  pela  rua".  Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto.  "Experimentei, ficou  apertada,  achei que tinha comprado o número errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha."

 Þ Mário de Andrade provocava ciúmes no antropólogo Lévi-Strauss porque era muito amigo  da  mulher dele, Dina. Só depois da morte de Mário, o francês descobriu que se preocupava em vão. O escritor era homossexual.

Þ J.K  Roling  (escritora  de Harry Potter) começou a escrever seu primeiro livro (Harry Potter e a Pedra Filosofal),  em guardanapos dum bar que freqüentava e,  ao terminar o livro,  ficou  com  uma  terrível  dúvida:  usar  o  dinheiro  que  tinha,  no momento, para comprar  o  leite  de  sua  filha  ou  usá-lo  para  mandar seu livro pra editora, hoje ela é milionária! Coisas da vida.

Þ O filósofo francês Jean-Paul Sartre não era verdadeiramente estrábico. Treinou ficar com os olhos tortos daquele jeito com o objetivo de intimidar os críticos.

 Þ O Visconde de São Lourenço, cego de um olho, mandou construir um grande prédio na Rua Matacavalos, hoje Riachuelo, no Rio. Um gaiato escreveu-lhe à porta:

 Comer e não ter dentes
É coisa que mete dó.
De que servem tantas janelas
Para quem tem um olho só.

Þ Conta-se que a  romancista  Lygia  Fagundes  Telles,  pedira,  no  restaurante  onde jantava  com  amigos,  um  frango  à  caçadora.  Depois de  muito  lutar  com  a  carne galinácea,  perguntou  ao  garçom  que se aproximava: Diga-me uma coisa: este frango não teria nascido de um ovo cozido?

Þ Uma revista francesa, que tem seção de respostas aos leitores,  recebeu a seguinte pergunta:  O  que  poderia  acontecer  a  uma mulher e dois homens isolados numa ilha deserta? Na  edição  seguinte  o redator responde: Depende da nacionalidade dos três. Se os três foram espanhóis,  um homem matará o outro;  se italianos,  a mulher matará um  dos  homens; se  ingleses  ninguém  matará  ninguém  vão  querer  apenas  serem apresentados;  se  americanos  os  homens  conversarão  sobre  negócios;  se  forem franceses não haverá problemas...

Þ Para Graciliano Ramos: Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.  A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.

Þ O escritor Vitor Hugo foi traído por uma freira. O crítico Saint-Beuve era amante da mulher do escritor e ia visitá-la todos os dias disfarçado de freira.

Þ José de Alencar (1829-1877) era filho do padre José Martiniano de Alencar. O escritor foi fruto de uma união do padre com a prima Ana Josefina de Alencar.

Þ No início da sua carreira, Carlos Drummond de Andrade se identificava como Antônio Crispim. Quando fazia críticas de cinema, ele usava os nomes Mickey ou Gato Félix.

Þ A casa em que residia o escritor paulista João Antônio pegou fogo e o incêndio queimou todos os originais. Teimoso, reescreveu tudo de novo. Malagueta, Perus e Bacanaço, um dos livros reescritos publicado em 1963, virou clássico de nossa literatura.

Þ Numa festa, uma senhora abordou o escritor Machado de Assis e comentou: “Tinham-me dito que o senhor é gago e vejo que não é tanto.” Replicou o escritor: “Pois me tinham dito que a senhora era estúpida e vejo também que não é tanto.”

Þ Acredite, se quiser! A mãe do Marquês de Sade era freira.


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