Augusto dos Anjos
− As árvores, meu filho, não têm
alma!
E esta árvore me serve de
empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu
filho,
Para que eu tenha uma velhice
calma!
− Meu pai, por que sua ira não se
acalma?!
− Não vê que em tudo existe o
mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no
junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui
minh´alma!...
− Disse − e ajoelhou-se, numa
rogativa:
“Não mate a árvore, pai, para que
eu viva!”
E quando a árvore, olhando a
pátria serra,
Caiu aos golpes do machado
bronco,
O moço triste se abraçou com o
tronco
E nunca mais se levantou da terra!
As Árvores e o Machado
Esopo
Um homem foi à floresta e pediu às
árvores, para que estas lhe doassem um cabo para o seu machado novo. O conselho
das árvores então concorda com o seu pedido, e lhe dá uma jovem árvore para
este fim.
E logo que o homem coloca o novo cabo
no machado, começa furiosamente a usá-lo, e em pouco tempo, já havia derrubado
com seus potentes golpes, as maiores e mais nobres árvores daquela floresta.
Um velho Carvalho, observando a
destruição à sua volta, comenta desolado com um Cedro seu vizinho:
- O primeiro passo
significou a perdição de todas nós. Se tivéssemos respeitado os direitos
daquela jovem árvore, também teríamos preservado os nossos, e poderíamos ficar
de pé ainda por muitos anos.
Moral da História:
Quem menospreza seu semelhante,
não deve se
surpreender se um dia lhe fizerem a mesma coisa.
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