sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Campanha antidrogas



Bom, como não posso revelar meu nome, vou usar um pseudônimo. Meu nome começa com “Rober” e termina em “val”. Tenho 23 anos. Tudo começou quando eu tinha uns nove anos. Um amigo meu chegou com aquele papo de “experimenta depois, quando você quiser, é só parar...” E eu fui na dele. Primeiro, ele me ofereceu coisa leve. Começou me oferecendo um CD de Sertanejo. Sabe, coisa leve... Chitãozinho e Xororó, Sula Miranda... etc. Depois de um tempo, ele me ofereceu coisas piores, Zezé de Camargo e Luciano, É o Tchan, Harmonia do Samba e muito mais. Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais e mais e mais...

A Calamidade

Sabe, depois de um tempo, eu já não queria mais saber de coisas leves. Eu queria algo novo, desafiador, que me fizesse mexer a bunda como nunca havia feito antes... Então, o meu “amigo” me deu o que eu queria, um CD do Só pra Contrariar. Foi a partir daí que começou a minha decadência... Quando dei por mim, já estava com a cabeça pintada de loiro, minha mão havia crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por conta de eu ficar dançando e fazendo sinais de positivo, totalmente sem sentido. Quando me dei conta, já fazia parte de um grupo. Enquanto um dos viciados cantava uma “música”, que não dizia nada, eu e mais 12 pessoas dançávamos, sorríamos e fazíamos sinais totalmente inúteis.

O Inferno

Como se não bastasse, esse meu “amigo” disse que existia algo bem mais forte que as drogas que eu então consumia. Era tiro e queda: experimentou, retardou. Então me deu, me emprestou um CD Furacão 2000. Num primeiro momento, achei que era uma droga como outra qualquer, mas depois vi que era muito poderosa, uma droga muito forte mesmo, a pior das drogas. Quando me dei conta, estava fazendo alguns sinais extremamente libidinosos e cantando refrões de caráter ampla e declaradamente machistas, achando que isto era dança, tamanha foi minha alucinação. E, para minha surpresa, vejam só, comecei a ver coisas. Comecei a ver mulheres, muitas mulheres adorando esta droga machista e podre, dançando como nunca dançaram e fazendo os mesmos gestos libidinosos e baixos que os outros drogados. Achei que nunca mais iria me recompor, visto o tremendo estrago que essa droga causa. E é um estrago que vem de dentro para fora e de fora para dentro, ao mesmo tempo. Destrói tudo: família, amizades, baladas... Enfim, a sociedade inteira!

O Recomeço

Minha recuperação só veio através da minha Fé na própria melhora. Depois de rezar muito e participar de reuniões semanais na Galeria da 24 de maio, minha vida mudou, meu cabelo voltou ao normal, minha mão retomou seus movimentos normais, meus polegares voltaram a se mexer, e eu não fico mais sorrindo feito um idiota e fazendo coreografias ridículas. Meu maior arrependimento, porém, é que eu levei meu primo para esse submundo das porcarias sonoras. Hoje, ele tem cabelo curtíssimo e loiro, usa boné e óculos escuros na testa (mesmo quando é noite), passa óleo no corpo e dubla as músicas num grupo chamado “Cadelos & Tigrãos”. Eu queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de  “droga”. E que, ao invés de encherem a cabeça com porcarias, procurem praticar esportes e ouvir músicas saudáveis. Esporte não é funk. Pratique!

Clarival Vilaça

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