Três coisas há neste mundo
Que
me fazem muito mal:
Mulher velha, noite escura,
Cachorrada no quintal.
Na palha branca sovada,
Fumo verde não fumega;
Onde há moça bonita,
Meu coração não sossega...
Tiririca do banhado,
Quando chove, não se molha;
Onde há moça bonita,
Para as feias não se olha,
Tico-tico no terreiro,
Quando chove, não se molha:
Onde há moças solteiras,
Pras casadas não se olha.
O bíguá dentro da água
Passa o dia e não se molha;
Eu fico o mesmo que pedra,
Se mulher feia me olha.
Lá detrás daquele cerro
Vem vindo um bandão de moças;
Com licença das mais velhas
Abraçarei as mais moças.
Lá detrás daquele cerro,
Passa boi, passa boiada;
Também passa mulatinha
De cabelo cacheado.
Menina, case comigo,
Que bom marido lhe vai:
Fandangueiro, jogador,
Tomador, cada vez mais.
Aninhas, meu bem, Aninhas,
Com você não quero graça,
Eu já estou muito taludo
Pra, sem querer, sentar praça,
Comecei a amar de pé,
Ao depois foi agachado;
Quando fiquei de gatinhas,
Afinal fui apanhado.
Chinoca, chinoca arisca,
Quando eu chego, por que corres?
Se és bonita, por que foges?
Se não... que perigo corres?
Quando ela e eu corcoveamos
Na dança repenicada,
Não se pasme, minha gente,
Que eu não sou mole nem nada...
Mulher velha, noite escura,
Cachorrada no quintal.
Na palha branca sovada,
Fumo verde não fumega;
Onde há moça bonita,
Meu coração não sossega...
Tiririca do banhado,
Quando chove, não se molha;
Onde há moça bonita,
Para as feias não se olha,
Tico-tico no terreiro,
Quando chove, não se molha:
Onde há moças solteiras,
Pras casadas não se olha.
O bíguá dentro da água
Passa o dia e não se molha;
Eu fico o mesmo que pedra,
Se mulher feia me olha.
Lá detrás daquele cerro
Vem vindo um bandão de moças;
Com licença das mais velhas
Abraçarei as mais moças.
Lá detrás daquele cerro,
Passa boi, passa boiada;
Também passa mulatinha
De cabelo cacheado.
Menina, case comigo,
Que bom marido lhe vai:
Fandangueiro, jogador,
Tomador, cada vez mais.
Aninhas, meu bem, Aninhas,
Com você não quero graça,
Eu já estou muito taludo
Pra, sem querer, sentar praça,
Comecei a amar de pé,
Ao depois foi agachado;
Quando fiquei de gatinhas,
Afinal fui apanhado.
Chinoca, chinoca arisca,
Quando eu chego, por que corres?
Se és bonita, por que foges?
Se não... que perigo corres?
Quando ela e eu corcoveamos
Na dança repenicada,
Não se pasme, minha gente,
Que eu não sou mole nem nada...
(Augusto Meyer. Cancioneiro gaúcho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário