Rolando Boldrin
Ninguém conhece e conta mais piadas
do que os viajantes, aqueles representantes de empresas que saem pelo interior
do Brasil, fazendo suas visitas aos clientes e renovando seus pedidos. Como
passam por muitos lugares e convivem com muita gente, é bem explicável o
carroção de histórias engraçadas que eles passam a contar.
Essa gente maravilhosa deixa suas
famílias para trabalhar viajando por este País grande e, pra empurrar a vida,
tem de aprender histórias engraçadas para repassá-las adiante.
Conheci um viajante japonês que era
um verdadeiro artista na arte de contar piadas e fazer imitações. Tem uma
história dele que quero contar agora.
Um viajante, seguindo por uma
estrada, tenta localizar uma pousada, pois já passava da meia-noite. Sem
encontrar uma casa especializada, arrisca pedir pouso na casa de um caipira que
já ia para o quinto sono.
Viajante [bate na janela da casinha]:
- Ô de casa? O senhor
poderia deixar eu dormir esta noite em sua casa? Eu pago bem. Não consigo
nenhuma pensão por esta estrada.
Caipira [de
dentro da casa, meio sonolento]:
– O sinhô
por acaso trouxe cobertô?
Viajante:
– Não,
senhor. Não tenho cobertor comigo, não.
Caipira:
– O sinhô
por acaso trouxe lençór?
Viajante:
– Claro que
não, meu amigo. Estou viajando apenas a trabalho.
Caipira:
– O sinhô
trouxe então trabicêro?
Viajante:
– Meu senhor, por favor, eu preciso
de uma noite de sono e não trouxe nada disso que o senhor está falando.
Caipira [na
bucha]:
– Qué dizê que
de drumí o sinhô só trouxe os óio, né?
Nenhum comentário:
Postar um comentário