Biografia humaniza
Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua e símbolo da maior conquista
tecnológica da Guerra Fria.
Por André Vargas
O pouso na Lua foi o maior feito
do século 20, comparável a chegada de Colombo às Américas, em 1492. Comandante
da missão Apollo 11 e primeiro homem a pisar no satélite, em 20 de julho de
1969, Neil Armstrong (1930-2012) poderia ter virado uma celebridade e feito
fortuna, mas preferiu ser um pacato professor de engenharia espacial e palestrante
eventual, após sair da NASA, a agência espacial americana, no final de 1970. O
maior herói da corrida espacial, vencida pelos Estados Unidos sobre a antiga
União Soviética, levou uma discreta vida de classe média, enquanto alguns
colegas viraram executivos e chegaram ao senado. Nem por isso é tediosa a
biografia “Neil Armstrong”, lançamento da Editora Tordesilhas, escrita por Jay
Barbree, amigo do astronauta ao longo de 51 anos e jornalista que cobriu 166
missões espaciais, incluindo a mais importante.
O autor deixa claro a partir das
primeiras páginas que Armstrong era um dos homens dotados da “coisa certa” (the
right stuff), o conjunto de habilidades, conhecimentos, disciplina, frieza e
ousadia necessárias para fazer com que um adulto racional se deixasse afivelar
dentro de uma cápsula apertada para ser propulsionado ao espaço com um
suprimento limitado de oxigênio e pouca capacidade de manobra. Essa era a parte
fácil. Retornar são e salvo é que exigia algo mais. Essas capacidades se
fizeram notar na Guerra da Coreia, quando o aspirante Armstrong se viu sem
metade de uma asa a 10
metros do solo e voando a 650 quilômetros por
hora sobre território inimigo. Frio, manteve seu caça no ar até atingir um
local seguro para ejetar, então um procedimento arriscado ironicamente definido
como: “cometer suicídio para evitar ser morto”. Aos 21 anos, o futuro “Homem da
Lua” já superava a maioria dos pilotos, que beiravam os 30 anos.
Recordação da filha
Convertido em piloto de testes e depois em astronauta, saiu de situações que terminariam
Com a tecnologia levada ao
limite, Armstrong e Aldrin evitaram que o módulo Eagle se espatifasse por um
erro de cálculo. Até a frase épica saiu truncada. Os 500 milhões de
telespectadores na Terra ouviram: “Um pequeno passo para o homem, um grande
salto para a humanidade”. Neil teria falado: “Um pequeno passo para um homem”,
mas uma falha na transmissão pode ter comido o “um”, abrindo espaço para
discussões. O livro também revela que além da bandeira americana e de
instrumentos científicos, Armstrong deixou no solo lunar uma recordação da
filha Muffie, falecida aos 2 anos. Mas, em público, o astronauta era pura
objetividade. Às vésperas do lançamento, quando questionado sobre que
lembranças gostaria de levar, respondeu com meio sorriso: “Mais combustível”.
(Da revista ISTOÉ)
A marca da bota do primeiro homem a pisar na lua.
*12 astronautas até hoje pousaram na lua.
1) Julho de 1969 – Missão Apollo 11 – Neil Armstrong e Edwin
Eugene “Buzz” Aldrin Jr.
2) Novembro de 1969 – Missão Apollo 12 – Charles “Pete”
Conrad e Alan Bean.
3) Fevereiro de 1971 – Missão Apollo 14 – Alan Shepard e
Edgar Mitchel.
4) Julho de 1971 – Missão Apollo 15 – David Randolph Scott e
James Irwin.
5) Abril de 1972 – Missão Apollo 16 – John Watts Young e
Charles Duke.
6) Dezembro de 1972 – Missão Apollo 17 – Eugene Cernan e
Harrison Schimitt.
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