terça-feira, 2 de outubro de 2018

A grande sapoti



O verdadeiro nome de Ângela Maria era Abelim Maria da Cunha. Ela nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro, em 1928. Filha de um pastor protestante, mudou de nome para cantar nos programas de calouro do rádio sem que o pai descobrisse. Ela tinha 20 anos quando se tornou crooner. O primeiro disco veio em 1951 e, em pouco tempo, já era a Rainha do Rádio. Ela encantou o presidente Getúlio Vargas. Ganhou dele o apelido de Sapoti. Para Getúlio, a voz de Ângela Maria era doce como a fruta. Algumas canções como “Babalu” se eternizaram na voz de Ângela.

(globo.com)

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Em 2015, entrevistei Ângela Maria para o Caderno de Sábado. Ela explicou o apelido que ganhou de Getúlio: “Encontrei Getúlio Vargas uma única vez. Lembro como se fosse hoje. Foi numa festa na casa do diretor da Rádio Nacional, Victor Costa. Era uma virada de ano. Tinha muita gente. Alegria e descontração total. Getúlio parecia muito satisfeito. Sorria muito. Eu estava começando a minha carreira depois de muito esforço. Tinha apenas dois anos de estrada. Achei até estranho ter sido convidada. À meia-noite, os artistas fizeram fila para cumprimentar Getúlio. Fiquei por último, a menorzinha. Quando, finalmente, cheguei perto dele, Getúlio me disse: ʽAh, Sapoti, que alegria te verʼ. Fiquei surpresa. Não entendi bem. Amarrei a cara. Ele percebeu que eu não tinha gostado de alguma coisa. Aí eu falei: ʽComo vou gostar, o senhor está me chamando de jabuti?ʼ Getúlio abriu seu sorriso: ʽNão, não é jabuti, menina. É sapoti. Uma fruta doce como mel e como a tua vozʼ. Ali, naquela hora, ele me batizou de Sapoti. Pegou. Quando fui à Europa, os jornais já me chamavam assim. Fiquei Sapoti para sempre”.

Juremir Machado da Silva, Correio do Povo, outubro de 2018.

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Aos 89 anos, morreu em São Paulo, a cantora Ângela Maria. Ela estava internada há 34 dias, no Hospital Sancta Maggiore em decorrência de um quadro de infecção. O velório e o enterro ocorrerão hoje (30.9.2018) no Cemitério Congonhas. De acordo com a família, foi um período de sofrimento para a artista.

A cantora morreu na noite deste sábado (29.9.2018). Em um vídeo, publicado no Facebook, Daniel D’Angelo, marido da cantora, Alexandre, um dos quatro filhos adotivos do casal, e um assessor confirmaram a morte e pediram orações. Também afirmaram que jamais deixarão a estrela dela apagar.
  
Agência Brasil



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