O verdadeiro nome de Ângela Maria
era Abelim Maria da Cunha. Ela nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro, em 1928.
Filha de um pastor protestante, mudou de nome para cantar nos programas de
calouro do rádio sem que o pai descobrisse. Ela tinha 20 anos quando se tornou
crooner. O primeiro disco veio em 1951 e, em pouco tempo, já era a Rainha do
Rádio. Ela encantou o presidente Getúlio Vargas. Ganhou dele o apelido de
Sapoti. Para Getúlio, a voz de Ângela Maria era doce como a fruta. Algumas canções
como “Babalu” se eternizaram na voz de Ângela.
(globo.com)
(...)
Em 2015, entrevistei Ângela Maria
para o Caderno de Sábado. Ela explicou o apelido que ganhou de Getúlio:
“Encontrei Getúlio Vargas uma única vez. Lembro como se fosse hoje. Foi numa
festa na casa do diretor da Rádio Nacional, Victor Costa. Era uma virada de
ano. Tinha muita gente. Alegria e descontração total. Getúlio parecia muito
satisfeito. Sorria muito. Eu estava começando a minha carreira depois de muito
esforço. Tinha apenas dois anos de estrada. Achei até estranho ter sido
convidada. À meia-noite, os artistas fizeram fila para cumprimentar Getúlio. Fiquei por último, a menorzinha. Quando, finalmente, cheguei perto dele,
Getúlio me disse: ʽAh, Sapoti, que alegria te verʼ. Fiquei surpresa. Não
entendi bem. Amarrei a cara. Ele percebeu que eu não tinha gostado de alguma
coisa. Aí eu falei: ʽComo vou gostar, o senhor está me chamando de jabuti?ʼ
Getúlio abriu seu sorriso: ʽNão, não é jabuti, menina. É sapoti. Uma fruta doce
como mel e como a tua vozʼ. Ali, naquela hora, ele me batizou de Sapoti. Pegou.
Quando fui à Europa, os jornais já me chamavam assim. Fiquei Sapoti para
sempre”.
Juremir Machado da
Silva, Correio do Povo, outubro de 2018.
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Aos 89 anos, morreu em São Paulo , a cantora Ângela
Maria. Ela estava internada há 34 dias, no Hospital Sancta Maggiore em
decorrência de um quadro de infecção. O velório e o enterro ocorrerão hoje (30.9.2018)
no Cemitério Congonhas. De acordo com a família, foi um período de sofrimento
para a artista.
A cantora morreu na noite deste
sábado (29.9.2018). Em um vídeo, publicado no Facebook, Daniel D’Angelo, marido
da cantora, Alexandre, um dos quatro filhos adotivos do casal, e um assessor
confirmaram a morte e pediram orações. Também afirmaram que jamais deixarão a
estrela dela apagar.
Agência Brasil
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