Por que o gaúcho chama dinheiro de ‘pila’?
“Pila” (substantivo masculino) é
um dos nomes pelos quais se denomina o dinheiro no Rio Grande do Sul. Desde que
surgiu, nos anos 1930, tem equivalência paritária: hoje, um pila quer dizer um
real.
A origem vem do sobrenome do
político gaúcho Raul Pilla (20-1-1892 – 7-6-1973). Raul era filiado ao Partido
Libertador (PL) em 1932. Pilla participou de dois levantes que apoiaram a
Revolução Constitucionalista contra Getúlio Vargas. O movimento foi derrotado,
e Pilla teve de se exilar na Argentina e no Uruguai, para fugir da perseguição
de Vargas. A situação financeira de Raul Pilla, porém, era precária, e mal
podia sustentar-se no exílio. Para ajudá-lo, seus partidários cotizaram-se e
venderam bônus com valor de face (1 cruzeiro). Tais bônus rapidamente passaram
a ser negociados como dinheiro entre os correligionários de Pilla. Como se
tratava de “dinheiro” não oficial e criado especialmente para socorrer Raul
Pilla no exílio, os bônus passaram a ser chamados de “pilas”. O nome ficou
consagrado até hoje.
Apenas para ilustrar, Raul Pilla
era médico de formação. Foi anistiado em 1935 e retornou à política, sendo
secretário do governo de José Antônio Flores da Cunha. Em 1937, elegeu-se
deputado estadual constituinte. Com o advento do Estado Novo, foi cassado e
retornou à docência na Faculdade de Medicina de Porto Alegre (hoje integrada à
UFRGS).
Na imagem acima, a fotografia de bônus de CR$100,00 (cem
cruzeiros) = 100 pilas.
Prof. Menegotto
Raul Pilla*
*Raul Pilla (Porto
Alegre, 20 de janeiro de 1892 − Porto
Alegre, 7 de junho de 1973) foi um médico, jornalista,
professor
e político
brasileiro, e
um dos maiores defensores da adoção do regime parlamentarista, Pilla era chamado de
O Papa do parlamentarismo no Brasil.
Pilla ingressou na política em 1909, com apenas
dezessete anos, como secretário do diretório central do Partido Federalista do Rio
Grande do Sul, em Porto Alegre. Posteriormente , afirmaria que se
aproximou do partido influenciado pelas ideias de Apeles Porto-Alegre, seu professor de história
no Ginásio Júlio de Castilhos, adepto do parlamentarismo,
uma das principais bandeiras dos federalistas.
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