(Tempos de luta contra a ditadura militar)
Gonzaguinha
Memória
de um tempo onde lutar
Por
seu direito
É um defeito que mata.
São
tantas lutas inglórias,
São
histórias que a história
Qualquer dia contará.
De
obscuros personagens,
As
passagens, as coragens
São sementes espalhadas nesse chão.
De
Juvenais e de Raimundos,
Tantos
Júlios de Santana,
Dessa crença num enorme coração.
Dos
humilhados e ofendidos,
Explorados
e oprimidos,
Que tentaram encontrar a solução.
São
cruzes sem nomes
Sem
corpos,
Sem datas...
Memória
de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata.
E
tantos são os homens por debaixo das manchetes.
São
braços esquecidos que fizeram os heróis.
São
forças, são suores que levantam as vedetes
Do teatro de revistas, que é o país de todos nós.
São
vozes que negaram liberdade concedida,
Pois
ela é bem mais sangue;
Ela
é bem mais vida.
São
vidas que alimentam nosso fogo da esperança,
O
grito da batalha
Quem espera, nunca alcança!
Ê
ê, quando o Sol nascer
É
que eu quero ver quem se lembrará.
Ê
ê, quando amanhecer
É que eu quero ver quem recordará.
Ê
ê, eu não posso esquecer
Essa
legião que se entregou por um novo dia.
Ê
ê, eu quero é cantar essa mão tão calejada,
Que
nos deu tanta alegria,
E vamos à luta!
P.S. Música cantada no final do filme “Mariguela”, de Wagner Moura.
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