Telmo de Lima
Freitas
Quando é
tempo de tosquia,
já clareia o
dia com outro sabor.
As tesouras cortam em um só compasso,
enrijecendo
o braço do esquilador.
Um descascarreia, o outro já maneia
e vai
levantando para o tosador.
Avental de estopa,
faixa na
cintura
e um gole de
pura
pra espantar
o calor.
Alma branca
igual ao velo,
tosando a
martelo
quase
envelheceu.
Hoje perguntando para a própria vida
pra onde foi
a lida que ele conheceu.
Quase um pesadelo, arrepia o pelo do couro
curtido do
esquilador.
Ao cambiar de sorte,
levou
cimbronaço
ouvindo o
compasso tocado a motor.
A vida
disfarça
lembrando a
comparsa.
quando
alinhavava o seu próprio chão.
Envidou os pagos numa só parada,
33 de
espada, mas perdeu de mão.
Nesta vida guapa.
vivendo de
inhapa,
vai voltar
aos pagos para remoçar.
Quem vendeu tesouras
na ilusão
povoeira,
volte pra
fronteira para se encontrar.
Volte pra
fronteira para se encontrar.
Volte pra fronteira para se
encontrar.
* Esquilador é o tosador de ovelhas do tempo em que a lã
natural tinha o bom preço no mercado.
Ingredientes
1 xícara de arroz
1 colher de sal
1 raminho de mangerona
1 dente de alho
2 colheres de óleo
1 cebola
1 colherinha de colorau (também chamado de vermelhão)
pimenta do reino
pimenta vermelha
Modo de preparar
1. Lave o espinhaço, que já deve estar cortado em pedaços
pequenos.
2. Amasse numa tábua o sal, o
alho e as pimentas, formando uma pasta. Esfregue em toda a carne.
3. Ponha o óleo numa panela a
esquentar e junte a carne. Tampe a panela e deixe dourar um pouco, mexendo para
não queimar.
4. Quando estiver dourada, junte
a mangerona e, aos poucos, 1 1/2 xícara de água para que cozinhe a carne.
Dependendo da ovelha leva de 30
a 4 minutos, mais ou menos.
5. Depois de cozida a carne,
refogue a cebola picada. Frite o arroz, mexendo para não pegar, e acrescente
duas xícaras de água fervente. Mexa bem e revise os temperos. Se quiser dar
mais cor, acrescente o colorau, ainda que a fritura de carne já dê um dourado
bonito. Deixe cozinhar por cinco minutos em fogo forte e depois passe para fogo
brando, até secar.
Querendo o arroz mais molhadinho,
acrescente um pouco de água e mexa de vez em quando. Ao lavar o
espinhaço é importante retirar um fio branco que está junto ao osso, pois caso
contrário fica um gosto desagradável na carne.
Origem:
Livro: “Cozinha
gaúcha -
estudo histórico”, de Dante de Laytano.
EDIGAL. 1988.
Publicado por Roberto
Cohen em 13/03/2004.
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