Karl Liebknecht*
Vós me roubais a terra, mas não o
céu.
Não me resta dele mais do que um pedaço estreito
onde cravo meus olhos
através das grades
de uma janela de ferro
encurvada nas paredes pesadas...
Mas para mim é o bastante
ver o azul resplandecente do céu
de onde vem a luz,
que me ofusca quando me aproximo,
e de onde às vezes também
cai dançando um ligeiro murmúrio de pássaros...
Basta-me
que uma gralha negra, tagarela,
amiga fiel dos dias de cárcere,
me faça ver um ser alcançando um voo livre,
e que uma nuvem viajante
me ofereça a imagem das coisas mutáveis.
Não vejo mais do que um pequeno espaço do céu.
À noite passada
a estrela mais clara brilhava neste espaço,
a mais clara estrela resplandecia,
e seus raios brotavam das extremidades do firmamento
dominando o mundo,
mais claros, mais cálidos,
com um resplendor mais juvenil na minha estreita cela
do que para vós que estais em liberdade.
A estrela projetava aqui sua pequena mancha de luz.
Vós me roubais a terra, mas não o céu...
Não vejo dele mais do que um pequeno pedaço
através das grades
de uma janela de ferro...
Mas esta luz devolve os sentidos a este corpo,
animado por uma alma livre
como jamais tivestes,
vós que acreditastes
que poderíeis aniquilar-me
nas grades desta prisão!
Não me resta dele mais do que um pedaço estreito
onde cravo meus olhos
através das grades
de uma janela de ferro
encurvada nas paredes pesadas...
Mas para mim é o bastante
ver o azul resplandecente do céu
de onde vem a luz,
que me ofusca quando me aproximo,
e de onde às vezes também
cai dançando um ligeiro murmúrio de pássaros...
Basta-me
que uma gralha negra, tagarela,
amiga fiel dos dias de cárcere,
me faça ver um ser alcançando um voo livre,
e que uma nuvem viajante
me ofereça a imagem das coisas mutáveis.
Não vejo mais do que um pequeno espaço do céu.
À noite passada
a estrela mais clara brilhava neste espaço,
a mais clara estrela resplandecia,
e seus raios brotavam das extremidades do firmamento
dominando o mundo,
mais claros, mais cálidos,
com um resplendor mais juvenil na minha estreita cela
do que para vós que estais em liberdade.
A estrela projetava aqui sua pequena mancha de luz.
Vós me roubais a terra, mas não o céu...
Não vejo dele mais do que um pequeno pedaço
através das grades
de uma janela de ferro...
Mas esta luz devolve os sentidos a este corpo,
animado por uma alma livre
como jamais tivestes,
vós que acreditastes
que poderíeis aniquilar-me
nas grades desta prisão!
(Do
livro “Poemas da Liberdade”, de Edmundo Moniz)
*Karl Liebknecht (Leipzig,
13 de agosto de 1871 − 15 de janeiro
de 1919)
foi um político
e dirigente socialista alemão.
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