Giuseppe Martinelli
“Senhorita, permita-me esta dança?”.
Era assim que antigamente se usava,
O “cavalheiro” convidando a dama;
Oferecia a mão e a levava ao centro do salão.
Ao som da orquestra, se preparavam
A dançar aquele lindo samba-canção.
Delicadamente, puxava-a contra o peito,
E balançavam os corpos de rostos colados.
Esfregando as coxas, disfarçadamente,
No balanço da dança... o calor subia;
A emoção despejava adrenalina...
E o corpo dela todo... estremecia...
Naquele vai-e-vem do samba-canção,
Os corações ficavam batendo a mil.
Ainda mais forte tornava-se o abraço,
E ele, ao ouvido, a falar-lhe de amor...
Terminada a dança e ele acompanhava
A moça de volta lá no seu lugar;
Ela pegava sua bolsa e corria para toalete,
E ele voltava ao bar a tomar sua cuba-libre...
Hoje em dia, os bailes são diferentes...
Mudou bastante desde minha juventude.
Respeito e não critico “os novos tempos”,
Mas eu ainda prefiro o “Baile da Saudade”...
Guarapuava, janeiro
de 2006.
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